Filipe Lobo D'Ávila, antigo Secretário de Estado da Administração Interna e ex-deputado, desvinculou-se do CDS-PP. Em carta endereçada ao presidente do partido, Nuno Melo, e ao secretário-geral, Pedro Morais Soares, o ex-governante assume que "a forma como entende a política" não é "compatível com a militância partidária no CDS".
"Ao longo dos últimos 30 anos de militância partidária tive o enorme orgulho de militar no CDS, tendo tido a oportunidade de representar o CDS em funções partidárias, parlamentares e governativas. No Ministério da Justiça como Diretor-Geral entre 2002 e 2008, no Ministério da Administração Interna como Secretário de Estado da Administração Interna entre 2011 e 2014, no Parlamento enquanto Deputado em diferentes legislaturas e no Partido como Porta-Voz e Vice-Presidente, de diferentes Presidentes eleitos pelos militantes", começa por escrever Lobo D'Ávila na carta a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
Na missiva de desfiliação, o ex-deputado salienta ainda que "nos últimos três anos", procurou "estar em silêncio quanto à vida partidária", tendo atravessado "um longo processo interno de reflexão e enorme ponderação pessoal e familiar, em particular nos últimos dois anos".
É uma decisão ponderada e tomada em consciência
Lobo D'Ávila concluiu "que a forma como entendo a política, como serviço público, em liberdade, com pensamento, com espírito crítico, com independência, sem subserviências financeiras ou de outra índole, com espírito de missão, mas igualmente com sentimento de pertença e afinidade política a um determinado Partido, não é hoje compatível com a minha militância partidária no CDS".
O agora ex-militante não se alonga nas razões da sua saída - inicialmente avançada pelo Diário de Notícias e confirmada pelo Notícias ao Minuto - salientando, contudo, que a desfiliação tem "efeitos imediatos".
"Foi um orgulho ter assumido responsabilidades em nome de um CDS de que guardarei excelentes recordações e que em boa verdade também foi responsável por parte daquilo que sou hoje. É assim uma decisão ponderada e tomada em consciência", adianta.
E termina: "O passado não faz presente e muito menos futuro. E política podemos fazer em qualquer lado, na nossa vida, no nosso meio, na nossa sociedade. Em liberdade e sem dependências".
[Notícia atualizada às 17h14]
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