Ana Gomes defendeu este domingo, no habitual espaço de comentário, na SIC Notícias, que o comunicado do Governo sobre a questão colonial foi uma forma de Montenegro revidar as declarações "aberrantes, absurdas e indecentes" de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o primeiro-ministro.
"O Governo português, talvez para Luís Montenegro se vingar das outras coisas – absolutamente inaceitáveis que o Presidente da República disse aos correspondentes estrangeiros, designadamente as comparações que fez entre os dois primeiros-ministros, algo que é aberrante, absurdo e indecente -, pôs cá fora um comunicado a demarcar-se do Presidente da República nestas questões das reparações históricas. Um comunicado que me parece não só querer comprar uma guerra com o Presidente, como ser absurdo por colocar-se numa posição de recusa. Diz que segue o procedimento do anterior governo, não segue", atirou a antiga eurodeputada socialista, lembrando que esta "vingança" pode trazer problemas para Portugal.
"Isto vai criar-nos problemas internacionais, designadamente com os países irmãos. Não precisávamos desta atitude por parte do Governo para o Governo se demarcar do Presidente da República", salientou.
Recorde-se que, dias depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter insistido na reparação às ex-colónias em conversa com jornalistas brasileiros, o Governo emitiu um comunicado a dar conta de que "não esteve e não está em causa nenhum processo ou programa de ações específicas com o propósito" de reparação pelo passado colonial português e onde defendeu também que se pautará "pela mesma linha" de executivos anteriores quanto a este assunto.
Reparação a ex-colónias? "Não esteve e não está em causa nenhum processo"
"A propósito da questão da reparação a esses Estados e aos seus povos pelo passado colonial do Estado português, importa sublinhar que o Governo atual se pauta pela mesma linha dos Governos anteriores", salientou o Executivo de Luís Montenegro em comunicado.
Notícias ao Minuto com Lusa | 18:30 - 27/04/2024Leia Também: "Comportamentos rurais"? Montenegro recebeu apreciações "com normalidade"
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