"Não existem cofres cheios, nem vazios. Dinheiro de 2023 não transitaria"

Manuela Ferreira Leite falou sobre a troca de acusações sobre as contas públicas do país, e ainda sobre as declarações do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que aludiu ao governo de Durão Barroso, em que a social-democrata assumiu a pasta em questão.

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Notícias ao Minuto
02/05/2024 23:58 ‧ 02/05/2024 por Notícias ao Minuto

Política

Manuela Ferreira Leite

A antiga líder do Partido Social Democrata (PSD) Manuela Ferreira Leite comentou, esta quinta-feira, a 'guerra' que se iniciou hoje no que diz respeito às contas públicas, com o atual ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e o seu antecessor, Fernando Medina, a trocarem acusações.

Sublinhando que desconhece os movimentos que foram feitos, e reforçando que existem "duas diferenças na forma de contabilizar", a social-democrata considerou que a "ideia dos cofres cheios" era escusada.

"Não existem cofres cheios, nem vazios. Porque nunca o dinheiro de 2023 transitaria para 2024. Podiam estar cheios, como vazios, que 2024 nunca beneficiaria. Essa ideia foi uma ideia que tinha provavelmente a intenção de minimizar quaisquer tipo de facilidades que poderia ter o próximo ministro das Finanças e que não correspondia a nada", afirmou, no seu espaço de comentário na CNN Portugal.

Um outro ponto destacado por Ferreira Leite foi também a reação do secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, que falou no governo de Durão Barroso, executivo em que a social-democrata assumiu a pasta das Finanças. "Havia informações que eu tinha dúvidas, mas exatamente porque tive dúvidas sobre o montante do défice, foi pedido ao Banco de Portugal, como entidade independente, que verificasse as contas e que dissesse qual era afinal o défice. Não foi o ministro das Finanças, nem o governo de Durão Barroso. Entregámos ao Banco de Portugal, na altura era governador Vítor Constâncio, que é uma pessoa completamente insuspeita", defendeu.

Ferreira Leite considerou ainda que na altura, em 2022, se pecou "por defeito", já que o défice "era muito superior àquilo que se achava que era". "De tal forma que tivemos um processo de défices excessivos lançados pela Comissão Europeia", apontou, acrescentando que a penalização consistia na inacessibilidade aos fundos comunitários se a situação não fosse corrigida nesse ano.

"É evidente que deitou praticamente abaixo o programa que havia. A ideia de que ele prometeu uma coisa e de que afinal não fez... Esta história, que é um assunto de que não se tem falado, não pode ser invocado para fazer quaisquer tipo de comparações", alertou, acrescentando: "Se houvesse essa comparação, seria muito grave".

Em declarações esta quinta-feira no Parlamento, Pedro Nuno Santos fez um balanço do primeiro mês de governação da Aliança Democrática, referindo que passados 30 dias retira-se "uma mudança de logótipo, uma proposta de redução do IRS que se revelou falsa, a promoção da instabilidade em vários serviços da administração" e agora "a dramatização da situação das contas públicas" da parte do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que faz lembrar "o discurso da tanga do ex-primeiro-ministro Durão Barroso".

Leia Também: 'Guerra' de contas públicas? "Parecem faltar soluções de um lado e outro"

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