Já os sociais-democratas conseguem o seu melhor resultado em europeias logo no primeiro sufrágio em 1987, numa lista encabeçada pelo futuro líder social-democrata e primeiro-ministro Pedro Santana Lopes.
Nas primeiras eleições europeias realizadas em Portugal, o PSD venceu com 37,5% dos votos (correspondentes a dez eurodeputados), seguido do PS (a número um era Maria de Lourdes Pintasilgo) com 22,5% e seis mandatos (a pior marca dos socialistas em europeias), do CDS com quatro (com Francisco Lucas Pires como cabeça de lista), da CDU com três (era Ângelo Veloso o número um) e do PRD, que elegeu um eurodeputado, Medeiros Ferreira.
Em 1989, o PSD volta a vencer, mas com uma distância bem mais curta em relação ao PS: os sociais-democratas liderados por António Capucho conseguem 32,8% dos votos e nove eurodeputados, contra os oito eleitos pelo PS (28,5%) com João Cravinho como cabeça de lista.
Apenas mais dois partidos elegem eurodeputados: a CDU consegue quatro, numa lista que tem como número um Carlos Carvalhas -- que viria depois a liderar o partido entre 1992 e 2004 -- e o CDS, que repete Lucas Pires como cabeça de lista, e consegue três eurodeputados.
Em 1994, Portugal passa a eleger 25 eurodeputados (em vez dos 24 anteriores) e o PS vence pela primeira vez as europeias com 34,87%, conquistando 10 mandatos, numa lista liderada por António Vitorino. Com uma percentagem quase idêntica, 34,39%, o PSD elege nove eurodeputados, num ano em que teve Eurico de Melo como número um.
CDS e CDU voltam a ser os outros dois partidos a eleger três eurodeputados cada. A lista dos centristas, encabeçada por Manuel Monteiro, recebe 12,5% dos votos, e a dos comunistas -- com Luís Sá a número um -- recolhe 11,2%.
Em 1999, o PS obtém uma expressiva vitória, com Mário Soares (que já tinha desempenhado as funções de primeiro-ministro e Presidente da República) como cabeça de lista a conseguir 43,1% dos votos e 12 eurodeputados. O PSD, com Pacheco Pereira a número um, fica-se pelos 31,1% e nove eurodeputados.
CDU e CDS voltam a eleger o mesmo número de deputados, dois cada, desta vez, com a lista comunista liderada por Ilda Figueiredo a conseguir 10,3% e a do CDS com Paulo Portas a número um -- um ano depois de ter ascendido a líder do partido -- a ficar-se pelos 8,2%.
Em 2004, os socialistas conseguem o seu melhor resultado de sempre em europeias com 46,4% dos votos, numa lista em que o cabeça de lista, António Sousa Franco, morre em plena campanha e o ex-primeiro-ministro António Costa sobe a número um, elegendo 12 dos 24 eurodeputados nacionais (Portugal voltou a perder um mandato europeu).
PSD e CDS-PP apresentam-se pela primeira vez em coligação em eleições europeias -- "Força Portugal" - e a lista encabeçada por João de Deus Pinheiro consegue 34,6% dos votos e nove eurodeputados, sendo Luís Queiró o primeiro dos dois eleitos democratas-cristãos.
A CDU, com lista novamente liderada por Ilda Figueiredo, consegue 9,46% e dois eurodeputados e o BE elege pela primeira vez um representante ao Parlamento Europeu, um dos fundadores do partido Miguel Portas, e 5,1% dos votos, cinco anos depois do nascimento desta nova força política.
Em 2009, o PSD volta a vencer umas eleições europeias vinte anos depois, com a lista encabeçada pelo estreante Paulo Rangel a conquistar 31,7% dos votos e oito eurodeputados, seguindo-se o PS com 26,5% e sete mandatos, tendo Vital Moreira como número um.
Num ano em que Portugal passa a eleger 22 eurodeputados (menos dois do que anteriormente), o BE ascende a terceira força política no Parlamento Europeu, com três eurodeputados e 10,7%, repetindo Miguel Portas como número um. Também a CDU aposta, pela terceira vez, em Ilda Figueiredo e consegue 10,6% dos votos e dois eurodeputados, os mesmos que o CDS-PP, que 'estreia' Nuno Melo e obtém 8,4% dos votos.
Em 2014, Portugal perde mais um eurodeputado (21) e o PS volta a vencer as eleições europeias: com Francisco Assis a cabeça de lista consegue 31,5% dos votos, correspondentes a oito eurodeputados.
PSD e CDS-PP voltam a coligar-se para o Parlamento Europeu e a Aliança Portugal, novamente liderada por Paulo Rangel, elege sete eurodeputados (sendo Nuno Melo o único elemento do CDS-PP) e 27,7% dos votos (o pior resultado de sempre do PSD neste tipo de eleições), seguindo-se a CDU que, com o novo cabeça de lista João Ferreira, consegue três eurodeputados (12,7%).
Nessa eleição, a surpresa veio do Movimento Partido da Terra que, numa lista liderada pelo antigo bastonário da Ordem dos Advogados António Marinho e Pinto, consegue dois eurodeputados correspondentes a 7,15% dos votos. Já o BE cai para quinta força política com 4,6% e apenas elege a cabeça de lista Marisa Matias.
Em 2019, o PS venceu novamente as eleições europeias, com 33,38% dos votos e a eleição de nove eurodeputados, enquanto o PSD, a concorrer sozinho, registou o seu pior resultado de sempre em eleições nacionais, com 21,94% e seis mandatos.
BE e CDU ficaram em terceiro e quarto lugar, respetivamente - elegendo ambos dois eurodeputados -, enquanto CDS-PP e PAN conseguiram os dois um mandato, com o PAN a estrear-se no Parlamento Europeu.
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