Chega reafirma que "está fora de questão" acordo pós-eleitoral com PSD
O mandatário da candidatura do Chega às eleições da Madeira destacou hoje que o partido é "o único" que cresce à direita, segundo a projeção divulgada, e reiterou que "está fora de questão" um acordo pós-eleitoral com o PSD.
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Política Madeira
"Estava fora de questão no início da campanha, a meio, no fim, e está fora de questão agora, até porque temos os nossos presidentes, quer o nacional, como o regional, como homens de palavra, por isso um acordo com o PSD neste momento não creio que esteja nos planos do Chega", disse Francisco Gomes, mandatário da candidatura do Chega às eleições regionais e deputado do partido na Assembleia da República eleito pelo círculo da Madeira.
Francisco Gomes falava num hotel no Funchal, onde o Chega vai acompanhar esta noite o resultado das eleições legislativas da Madeira, realçando que "à direita o único partido que cresce é, efetivamente, o Chega, o que demonstra que o eleitorado da direita deposita a sua confiança exatamente no partido Chega".
Segundo uma projeção da Universidade Católica para a RTP, o PSD venceu hoje as legislativas regionais da Madeira, com 33% a 38% dos votos, falhando a maioria absoluta.
Com este resultado, o PSD consegue entre 16 e 21 mandatos, quando são necessários 24 para garantir a maioria absoluta no parlamento, que tem um total de 47 assentos.
Na projeção divulgada pelas 19:00, o PS consegue entre 11 e 14 deputados (21% a 25%), o JPP entre sete e 10 (16% a 19%), o Chega entre três e cinco (8% a 11%) e o CDS-PP entre um e dois (2% a 5%).
O mandatário da candidatura do Chega, encabeçada por Miguel Castro, disse ainda que o resultado que a projeção aponta "não é uma situação que surpreenda", referindo que o partido andou na rua e sentiu "o apoio e o desejo da população, um desejo de mudança".
"À direita, o único partido que cresce é o Chega ao passo que os outros que estão nesse espetro político ideológico estão em franco decréscimo", reforçou Francisco Gomes, adiantando que o partido conquistou votos junto dos eleitores que querem "uma mudança profunda no sistema político madeirense", porque "estão completamente saturados com questões de 'amiguismo', de compadrio, de corrupção".
Insistindo que "o partido claramente está a crescer", Francisco Gomes recordou que o Chega está representado na Assembleia Legislativa da Madeira "há cerca de seis meses", com quatro deputados que, "no pouquíssimo tempo que estiveram no parlamento regional, desenvolveram um trabalho sério e um trabalho digno", sobretudo com o compromisso de combate à corrupção.
Sobre um possível acordo pós-eleições com o PSD, o mandatário disse que "o compromisso do Chega é com os madeirenses e o Chega nunca poderia nem deveria contrariar aquele que é o sentimento dos madeirenses, muito menos servindo de bengala para um partido ou para um sistema ou para um regime que está ferido de morte com problemas de corrupção e de compadrio".
"Não podemos trair o nosso eleitorado, trair a nossa identidade, trair os nossos princípios e trair a confiança daqueles que confiaram em nós a bem de uma pseudo-estabilidade, que é uma falsa de estabilidade, porque viria por meio de um apoio a um partido que não dá garante de luta na nossa principal bandeira que é a luta contra a corrupção", sustentou.
As eleições legislativas regionais antecipadas na Madeira decorreram hoje, num escrutínio em que mais de 254 mil eleitores foram chamados a votar, para escolher um novo parlamento e um novo governo.
Catorze candidaturas disputaram os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas de hoje ocorreram oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Na última legislatura, a Assembleia Legislativa da Madeira tinha 20 representantes do PSD, três do CDS-PP, 11 do PS, cinco do JPP e quatro do Chega. A CDU, o BE, o PAN e a IL ocupavam um lugar cada.
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