Comentando a projeção dos resultados das eleições regionais antecipadas, na RTP-Madeira, o social-democrata defendeu que "a Madeira está acima dos partidos e precisa de estabilidade".
Questionado sobre a hipótese de se formar um governo minoritário, Alberto João Jardim respondeu: "a Madeira não pode andar a brincar ao cai governo."
A opção por um governo minoritário "pode" acontecer, "mas não dura tempo", antecipou, alertando para as "enormes repercussões" dessa solução na "confiança do mercado".
Na leitura do antigo líder madeirense, o resultado do PSD -- que, segundo a projeção, venceu as legislativas regionais, com 33% a 38% dos votos (entre 16 e 21 mandatos), falhando a maioria absoluta - beneficiou da "boa situação da economia e do emprego" na região, da "qualidade de vida" na ilha e de "o madeirense não arriscar muito".
Além disso, sentenciou, "o PS fez uma campanha fraquíssima".
Já contra si o PSD -- que sempre governou no arquipélago e venceu com maioria absoluta 11 eleições, entre 1976 e 2015 -- tinha "o que se passou internamente", realçou.
As eleições antecipadas de hoje ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Alberto João Jardim disse ainda que não gostava de ver "nem a extrema-direita, nem a extrema-esquerda no governo".
Falando concretamente sobre o Chega, frisou que o recurso a esse partido só deve ser feito pelo PSD "a não ser que não haja outro remédio".
As eleições legislativas regionais antecipadas na Madeira decorreram hoje, num escrutínio em que mais de 254 mil eleitores são chamados a votar e 14 candidaturas se apresentam para formar um novo parlamento e um novo governo.
Em disputa nas eleições, com um círculo único, estão 47 lugares da Assembleia Legislativa Regional e, segundo dados do Ministério da Administração Interna, estão recenseados para votar 254.522 eleitores, dos quais 249.075 na ilha da Madeira e 5.447 na ilha de Porto Santo.
As 292 secções de voto distribuídas pelas 54 freguesias dos 11 concelhos do arquipélago estarão abertas entre as 8 horas e as 19 horas.
Na corrida estão uma coligação e 13 partidos únicos. Em relação às eleições regionais de 2023, a única diferença em termos de partidos concorrentes é o facto de PSD e CDS-PP (que governaram juntos nas duas últimas legislaturas) se apresentarem em listas distintas, quando no ano passado foram a votos coligados.
Na última legislatura, a Assembleia Legislativa da Madeira tinha vinte representantes do PSD, onze do PS, cinco do JPP, quatro do CH e três do CDS-PP. CDU, BE, PAN e IL ocupavam um lugar cada.
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