"Estes resultados demonstram que é possível uma mudança de Governo na Região Autónoma da Madeira", disse o também cabeça de lista do PS nas eleições regionais antecipadas.
O PSD foi o partido mais votado, elegeu 19 deputados, e o PS o segundo mais votado, tendo mantido os 11 parlamentares que tinha na Assembleia Legislativa da Madeira.
"O PS e o JPP -- que aumentou o seu grupo parlamentar de cinco para nove - juntos elegem mais deputados que o PSD", acrescentou.
Para Paulo Cafôfo, "o PSD teve aqui nestas eleições o seu pior resultado de sempre", enquanto o PS "tem o mesmo número de deputados que nas últimas eleições regionais, mas com um maior número de votos".
"Pela primeira vez temos a possibilidade de construir, através de um acordo partidário, um novo governo para a Região Autónoma da Madeira sem o PSD", sublinhou.
O líder socialista madeirense apontou que o objetivo é "construir um novo governo com estabilidade e um governo de estabilidade".
Nesse sentido, anunciou que vai "agora encetar contactos com todas as forças parlamentares, com todos os partidos eleitos que têm representação parlamentar na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira".
Mas, complementou, o PS tem as suas "linhas vermelhas" e, sendo coerente com o que sempre afirmou, desse diálogo está excluído o PSD e o Chega.
"Por isso, quero apelar aos outros partidos o seu sentido de responsabilidade e a sua vontade de fazer mais e melhor por esta nossa terra", reforçou.
Paulo Cafôfo argumentou que "o PSD não tem condições para formar um governo estável" e que isso ficou evidente na legislatura que agora terminou e na relação que manteve com os seus parceiros.
"Aquilo que ficou demonstrado é que é um partido instável e que não garante uma solução de estabilidade para a região", vincou.
Para o candidato, "os madeirenses não querem que se repita a história que levou a estas eleições antecipadas".
"Os madeirenses querem é que se faça história", frisou, realçando que o segundo partido mais votado vai dialogar com outras forças políticas eleitas, "excetuando o PSD e o Chega para que se possa fazer história".
"Mas acima de tudo, que possa dar outra roupagem, outra viragem", disse, recordando o lema da campanha: "Vamos virar a página".
Paulo Cafôfo ainda lembrou que tem na sua história política o ter conseguido fazer uma coligação que venceu a Câmara do Funchal, devido à sua postura conciliadora.
O PSD venceu hoje as eleições legislativas regionais antecipadas da Madeira, falhando por cinco deputados a maioria absoluta, segundo dados oficiais provisórios.
De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os sociais-democratas obtiveram 36,13% dos votos e 19 lugares no parlamento regional, constituído por um total de 47 deputados.
Seguiu-se o PS com 11 eleitos, o JPP com nove, o Chega com quatro, o CDS-PP com dois e a IL e o PAN, com um deputado cada.
Saem da Assembleia Legislativa, em relação à anterior composição, o BE e a CDU.
Catorze candidaturas disputaram os 47 lugares do parlamento regional, num círculo único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorreram oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
[Notícia atualizada às 23h28]
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