"Passado umas horas percebemos todos que dos 126 milhões [de euros], 100 milhões tinham sido já decididos pelo Governo anterior. Aliás, naquelas rubricas que foram criticadas pelo Ministro das Finanças", destacou Pedro Nuno Santos.
O líder socialista juntou-se a Marta Temido no terceiro dia de campanha para as eleições europeias, participando numa visita à Docapesca, em Portimão, distrito de Faro.
No final daquela ação de campanha, o líder socialista indicou que bastava ao governo de Luís Montenegro ter indicado que o apoio de Portugal à Ucrânia foi reforçado em 26 milhões de euros.
"Começa a ser um padrão e não havia nenhuma necessidade. No que diz respeito ao conflito na Ucrânia, há um consenso muito alargado na sociedade portuguesa e bastava o Governo dizer a verdade logo à cabeça", sustentou.
No seu entender, o Governo deve evitar criar ideias que, passado umas horas, "se percebe e que não correspondem à realidade".
"Há um padrão, não é sequer muito relevante, mas preocupa-nos que este padrão se repita sistematicamente com este Governo, que depois tem que se desdizer: tem que explicar e dizer que não tentou enganar ninguém", referiu.
Aos jornalistas, Pedro Nuno Santos frisou a importância de haver clareza na vida política.
"E nós não temos nenhum caso em que há um consenso tão alargado como é o caso do conflito na Ucrânia", concluiu.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinaram terça-feira um acordo de cooperação e segurança que prevê que Portugal forneça a Kiev apoio militar de pelo menos 126 milhões de euros este ano, incluindo contribuições financeiras e em espécie.
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