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"Direita está a transformar-se num exército de guerra contra mulheres"

 A candidata do BE às eleições europeias considerou hoje que a direita está a transformar-se num "exército de guerra contra as mulheres" e a coordenadora bloquista acusou a Aliança Democrática de se aliar a "hordas de perseguidores antiaborto".

"Direita está a transformar-se num exército de guerra contra mulheres"
Notícias ao Minuto

19:57 - 02/06/24 por Lusa

Política Bloco de Esquerda

"Sabemos de ciência certa que por cada vitória as mulheres serão mais atacadas e atacadas mais ferozmente. A bandeira da direita dos dias de hoje é esse ataque: sentem que a igualdade ameaça privilégios e responde à violência. A direita está a transformar-se num exército de guerra contra as mulheres", acusou Catarina Martins, num comício do partido, na Quinta das Conchas, em Lisboa. 

A candidata ao Parlamento Europeu defendeu que "os aliados de André Ventura [presidente do partido Chega], seja Milei, seja Trump, seja Meloni, seja Órban, tomam os direitos das mulheres como alvo" e que "os aliados de Montenegro querem aproximar-se dos aliados de Ventura, afirmando que se normalizaram e são democratas".

"Mas nós sabemos que quem quer espezinhar os direitos das mulheres não é democrata, é simplesmente alguém que despreza a humanidade", criticou.

Construindo a sua intervenção em torno do exemplo da argentina Nora Cortiñas, ativista pelos direitos das mulheres que desafiou a ditadura naquele país e morreu esta quinta-feira aos 94 anos, a bloquista lembrou que PSD e CDS-PP, mesmo depois do referendo à Interrupção Voluntária da Gravidez, "votaram contra a lei que descriminalizava o aborto".

"Lembro-vos que, há dois meses, um dos dirigentes da coligação explicou que voltariam a fazer o mesmo truque, e lembro-vos que é só porque o PPM está escondido no sótão que não o temos a repetir a cena do macho ibérico", atirou, numa referência à coligação Aliança Democrática (que junta PSD, CDS-PP e PPM).

Na mesma linha, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, acusou a Aliança Democrática de alianças com "hordas de perseguidores antiaborto" a nível europeu.

"Vejam o que é agora a direita: hordas de perseguidores antiaborto estão autorizados a entrar nos centros italianos em que mulheres vão abortar porque assim decidiram, mas isso é alguma linha vermelha para o partido europeu de Von der Leyen, Sebastião Bugalho e Luís Montenegro? Não, esses perseguidores de mulheres são bons aliados e vão escolher juntos quem lidera a Comissão Europeia, ou seja, os cargos estão acima das convicções, se ainda restar alguma convicção à direita portuguesa", acusou Mariana Mortágua.

PSD e CDS-PP integram a família europeia do Partido Popular Europeu (PPE) e apoiam a recandidatura de Ursula von der Leyen ao cargo de presidente da Comissão Europeia, que pode vir a precisar do apoio da extrema-direita para ser reeleita.

A dirigente alemã já manifestou uma aparente abertura para cooperar com o grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus (ERC), conotado com a direita radical e liderado pela primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.

"Quem acreditava na linha vermelha perante o neofascismo bem pode ver que o único vermelho é o da passadeira que von der Leyen estendeu à chefe da extrema-direita italiana", criticou Mortágua.

Com a cabeça de lista, Catarina Martins, e bloquistas como Francisco Louçã ou Luís Fazenda, a ouvi-la na plateia, Mortágua defendeu que "desprezar as mulheres é a forma de ser da extrema-direita".

"A cada dia fica mais claro que a direita mais tradicional e os mais tradicionais da direita, os liberais, são uma rampa deslizante contra a democracia, são a mão dada com a extrema-direita e só triunfarão se criarem o medo", acusou.

Antes, Mariana Mortágua lembrou as origens do projeto europeu, que considerou como uma "promessa de vida boa, de progresso, de uma Europa de povos unidos pela igualdade".

"Não aceitamos que nos digam que a guerra é a única solução quando na verdade desistiram foi da paz e de todos os mecanismos que temos para a alcançar a paz, do poder da União Europeia e da ONU às sanções internacionais, passando pelo cumprimento da decisão do tribunal penal internacional", defendeu.

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