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"Queremos que os orçamentos dos países possam investir na Habitação"

Numa residência universitária gerida pela Federação Académica do Porto, inaugurada há cerca de dois anos pela atual mandatária da candidatura da Aliança Democrática às europeias, o BE pediu que "os bons exemplos não sejam uma minoria".

"Queremos que os orçamentos dos países possam investir na Habitação"
Notícias ao Minuto

19:16 - 04/06/24 por Lusa

Política Catarina Martins

A comitiva do BE para as eleições europeias dedicou o nono dia de campanha à crise da habitação e Catarina Martins regressou a "casa", o Porto, para visitar a residência universitária "Academia 24", localizada na estreita Rua da Bainharia.

Esta residência universitária, gerida totalmente por estudantes, nasceu de um protocolo de cedência da Câmara Municipal do Porto à Federação Académica do Porto (FAP), assinado a 24 de março de 2022, Dia Nacional do Estudante, e começou a receber os primeiros residentes em setembro do ano passado.

Na altura da sua inauguração, uma das principais responsáveis por este projeto era a então presidente da federação académica, agora deputada do PSD na Assembleia da República e mandatária para a juventude da candidatura de Sebastião Bugalho ao Parlamento Europeu, Ana Gabriela Cabilhas. 

O edifício era para ser um lar de idosos, reabilitado por fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e ganhou uma segunda vida com a transição para residência universitária. 

"Temos muito prazer em falar dos bons exemplos, venham eles com os incentivos que vierem, isso para nós não é problema e nunca será. Nós não podemos é ter uma política em que os bons exemplos são uma minoria, são o exemplo que mostramos para dizer que até é possível fazer bem mas em geral faz-se mal", respondeu Catarina Martins, em declarações aos jornalistas depois de ter visitado as instalações, acompanhada pela coordenadora do partido, Mariana Mortágua.

Catarina Martins salientou que o universo de estudantes no Porto ronda os 80 mil e que esta residência tem apenas 40 camas. Apesar de enaltecer "o extraordinário trabalho" desenvolvido por esta federação académica, e acrescentar que existem mais residências na cidade, a bloquista alertou que ainda faltam camas para as necessidades dos estudantes.

A candidata bloquista defendeu que o direito à habitação deve ser um direito fundamental na União Europeia, mas o partido quer mais.

"Queremos que os orçamentos dos países possam investir na habitação e queremos também que a política de juros do Banco Central Europeu (BCE) tenha escrutínio democrático para que não se permita políticas como as que aconteceram de duplicar os juros no momento mais difícil da vida das famílias", advogou.

O BE quer impedir que o BCE continue a tomar "decisões que são tecnicamente erradas tanto o ponto de vista monetário como económico e trazem tanto sofrimento e tanta dificuldade a quem trabalha".

A bloquista voltou a criticar PS, PSD CDS-PP e liberais por terem estado de acordo nas novas regras de governação económica da UE e defendeu que cada universidade deve ter instalações públicas capazes de receber estudantes deslocados.

"O que precisamos é de ter uma política europeia tanto pelo investimento, como pelo BCE, que permita investir em habitação e em residências para estudantes", sublinhou.

Catarina Martins foi ainda questionada sobre o facto de o Governo ter decidido substituir hoje a comissão de acompanhamento de ações de prevenção do assédio no ensino superior, que acusa de "não ter produzido quaisquer resultados", tendo criado uma nova equipa que terá seis meses para apresentar um projeto.

A bloquista lembrou que o BE há já algum tempo que defende a criação de uma comissão independente dos corpos diretivos de cada instituição, para que os estudantes, "na sua maioria mulheres", possam fazer denúncias através de canais seguros.

Leia Também: Catarina Martins alerta que Portugal "não é o 'resort' da Europa"

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