"Nenhum grupo de aviação com credibilidade quer comprar a SATA Internacional, é perder tempo, é estarmos a atrasar uma solução para o grupo SATA brincando com as privatizações. Não há nenhuma privatização que vá correr bem na SATA Internacional. É melhor assumir isso e partir para outra estratégia", declarou António Lima, em conferência de imprensa, em Ponta Delgada.
O coordenador do Bloco nos Açores recordou as três tentativas falhadas de alienar a Azores Airlines e alertou que a providência cautelar interposta pelo único concorrente admitido à privatização pode "atrasar e gerar uma litigância legal durante algum tempo".
"Isso só acontece porque o Governo achou que deveria privatizar a SATA internacional, quando essa opção, não só é errada, como não é credível, como se percebeu por quem concorreu", reforçou.
O Newtour/MS Aviation defendeu hoje que a decisão do Tribunal em aceitar a providência cautelar interposta por aquele consórcio anula o cancelamento da privatização da Azores Airlines determinado pelo governo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), reabrindo o processo de alienação.
Na conferência de imprensa, o Bloco exigiu ainda a "divulgação imediata do plano de negócios negociado" com a Comissão Europeia e defendeu a "elaboração e negociação de um novo plano de negócios para o grupo SATA".
"Os gigantescos problemas operacionais da SATA não se justificam apenas pelos imprevistos - que sempre acontecem - justificam-se por uma incapacidade de planear uma operação dimensionada à frota existente, à sua manutenção e renovação e aos recursos humanos existentes no grupo", afirmou o deputado bloquista.
Na terça-feira, a administração da SATA reconheceu que as ligações interilhas estão a viver uma "situação ímpar" devido à inoperacionalidade de várias aeronaves, o que provoca "constrangimentos graves", prometendo normalizar a operação até dia 11 de junho.
Hoje, o líder do BE/Açores exigiu também a "conclusão e divulgação do plano de renovação de frota da SATA Air Açores", a "divulgação dos objetivos estratégicos das rotas abertas pela SATA que não têm como foco as ligações com o continente e a diáspora" e a nomeação de um novo conselho de administração.
"Neste momento absolutamente crítico da vida da companhia aérea, a SATA não tem uma administração em plenas funções e nomeada de acordo com a lei", lembrou.
António Lima criticou, por outro lado, a "propaganda pouco séria e falta de transparência com ampla divulgação de resultados incompletos através de comunicados de imprensa sem que fossem publicadas em simultâneo as contas do grupo".
Segundo o líder do BE/Açores aquela atitude pretendeu "arrastar a opinião pública e publicada para uma falsa e perigosa narrativa de que o Governo Regional PSD/CDS-PP/PPM estava mesmo a salvar a SATA".
"Uma estratégia que tem como objetivo último a privatização da SATA Internacional, num processo danoso e que agora parece ficar envolvido num conflito legal com o consórcio admitido a concurso [...], tudo o que a SATA não precisava neste momento. Essa é mais uma consequência de brincar às privatizações", acrescentou António Lima.
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