A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, criticou, esta quarta-feira, o Partido Socialista (PS) por ter negociado com o Partido Social Democrata (PSD) e o Chega uma lista conjunta para o Conselho de Estado e anunciou que o partido não irá votar a favor.
"É uma lista que envolve PS, PSD e Chega. A minha pergunta é simples: como se sentem os deputados do PS a votar em André Ventura para o Conselho de Estado? Como é que sentem os deputados do PS em votar uma lista que tem, além dos representantes do PS e do PSD, o representante do Chega?", questionou em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, frisando que "é incompreensível que este acordo tenha sido feito para uma lista única".
Mariana Mortágua defendeu ser também "incompreensível" que, "depois de umas eleições Europeias e de tantas críticas a Ursula von der Leyen", se fique a saber "que sempre houve um acordo" entre o PS e o PSD.
A bloquista afirmou que "para fazer uma barreira contra a extrema-direita é preciso fazê-la mesmo quando estão em causa os lugares e os acordos para os lugares".
"É isso que quer dizer erguer uma barreira contra a extrema-direita, caso contrário continuamos a assistir a discursos muito inflamados nas campanhas que depois não têm uma correspondência às escolhas institucionais que são feitas no Parlamento português ou europeu", denunciou.
Neste sentido, Mariana Mortágua anunciou que o Bloco de Esquerda "não votará nesta lista para o Conselho de Estado". "Não votaremos numa lista que integre André Ventura", reiterou, questionado "como é que os deputados do PS o podem fazer".
Na terça-feira, foi anunciado que o PS propôs o seu secretário-geral, Pedro Nuno Santos, e o presidente do partido, Carlos César, para dois dos cinco lugares a indicar pelo parlamento para o Conselho de Estado, enquanto o Chega indicou o seu líder, André Ventura.
Pelo PSD, foram propostos o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e novamente o seu militante número um, Francisco Pinto Balsemão.
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