Equiparação da PSP e GNR à PJ? "Não é justo" e o "risco não é comparável"
O comentador Miguel Sousa Tavares reconheceu que os polícias "ganham pouco, mas todos os portugueses ganham pouco".
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Política Miguel Sousa Tavares
O comentador Miguel Sousa Tavares disse, na quinta-feira, não acha "justa" a reivindicação dos agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR) que querem ver o seu subsídio de risco equiparado aos dos inspetores da Polícia Judiciária (PJ). "Em termos de risco não é comparável", assumiu.
No seu espaço de opinião na CNN Portugal, o comentador justificou que a equiparação dos valores não é "justa" porque "os inspetores da PJ são todos licenciados" e "não têm outros suplementos como a PSP, que tem oito suplementos mais".
Miguel Sousa Tavares salientou que o trabalho da PJ é distinto, dando como exemplo uma megaoperação levada a cabo esta semana onde foram capturados "dois grandes criminosos internacionais a ser procurados na Holanda".
"A Função Pública, este ano, teve um aumento 6,6% toda ela, que abrangeu todos os corpos. Mas os bombeiros já tiveram acima disso 11,5%, os guardas prisionais 18% e a PSP e a GNR, com os 300 euros que o Governo dá, é um aumento de 13% acima dos 6,6%. Se forem até aos 400 é um aumento de 17%", explicou o comentador.
Ainda assim Miguel Sousa Tavares reconheceu que os polícias "ganham pouco, mas todos os portugueses ganham pouco".
"O ponto de partida dos sindicatos era 400 euros. O do Governo eram 100 euros, que era o que eles já tinham do Governo anterior. O Governo já subiu 200 euros, portanto já subiu duas vezes, três vezes aquilo que os policias reivindicavam. Mas os polícias ainda não baixaram um cêntimo dos 400 euros. Continuam agarrados aquilo", reiterou.
Miguel Sousa Tavares comentou ainda o comportamento de todos os polícias que estiveram na Assembleia da República para assistirem ao debate sobre o subsídio de risco. "Felizmente portaram-se pacífica e ordeiramente, porque a convocatória em si [feita pelo deputado André Ventura] e o ambiente que se queria criar fez-me lembrar o cerco da constituinte em 1976, quando o PCP convocou os seus sindicatos para sequestrarem os deputados", disse.
"Os polícias tiveram juízo suficiente para se portarem ordeiramente, ao contrário do que aconteceu no Capitólio, quando foi o debate de Montenegro com Pedro Nuno Santos", afirmou ainda Sousa Tavares.
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