No primeiro dia da VIII Convenção Nacional da IL, o também vice-presidente da Assembleia da República avisou que não iria falar de estatutos, um tema do qual saiu derrotado na primeira revisão estatutária do partido após ter sido aprovada uma alteração que considerou ter posto em causa "princípios liberais".
"Estou cá, foi aprovada uma coisa com a qual eu discordo bastante, mas continuei cá a trabalhar, a ajudar a IL a crescer. Cá estou. Não saí nem andei por aí a dizer um conjunto de coisas e é sobre esse conjunto de coisas que eu quis vir aqui falar", disse.
A primeira questão que Rodrigo Saraiva quis abordar foi a estagnação, criticando a ideia da oposição interna de "um partido com seis anos que cresceu sempre estar estagnado".
"O que nós temos que nos preocupar é com a estagnação do país, que tem décadas. Percam mais tempo com a estagnação lá fora porque cá dentro essa não existe", enfatizou.
Outro tema abordado pelo deputado da IL foi a crítica, feita ao longo dos tempos no partido, de "falta de democracia interna, centralismo, excesso de poder da direção, 'não praticam cá dentro o que apregoam lá para fora', falta de transparência".
Rodrigo Saraiva assumiu que quando ouve estas críticas tem uma "sensação de 'déjà vu'" e, para o comprovar, citou notícias que encontrou com os mesmos termos sobre "outros três partidos que estão na Assembleia da República".
"Parece que há aí um livro que ainda não encontrei que deve chamar-se o manual de como fazer oposição nos partidos. Só pode ser. Em todos está tudo mal", criticou.
Recordando que está na IL "desde o dia primeiro", Saraiva disse ver "um partido em que cada um diz o que lhe apetece, cada núcleo faz aquilo que quer e depois há umas eleições".
"Uns ganham, outros perdem. Chama-se democracia. Vamos virar lá para fora", apelou.
Leia Também: Líder parlamentar da IL rejeita uso dos estatutos para desvirtuar partido