"O procurador-geral da República é nomeado e exonerado pelo Presidente da República, sob proposta do Governo, vulgo primeiro-ministro. O seu mandato dura seis anos e pode ser renovado ilimitadamente, embora nenhum dos dois últimos titulares tenha sido reconduzido no cargo.
António Costa propôs Lucília Gago a Marcelo Rebelo de Sousa. Acordaram mandar embora Joana Marques Vidal, que se tornou incómoda pela sua isenção e processos em curso. Pensaram que esta senhora fosse mais dócil e manobrável, mas tiveram azar.
Como Lucília Gago teve a veleidade de investigar o poder político, vulgo primeiro-ministro, já passou a ser herege e é um transtorno. Vai daí, toca a denegrir a sua imagem.
Quem detém o poder deve ser ainda mais vigiado, porque tem acesso a dinheiros públicos e a decisões que podem pôr em causa o bem público.
Sempre pela independência de poderes em democracia, doa a quem doer. Sempre contra tentativa de condicionar a separação de poderes.
Lucília Gago não tem de prestar contas a quem não a nomeou! Teria que responder no Parlamento se tivesse sido nomeada por este. Sou contra a sua ida ao Parlamento.
Não passa de uma incongruência e manifestação de poder fáctico.
O Parlamento, com estas idas ao Parlamento de várias figuras públicas, torna este tipo de comissões banais e inconsequentes.
O Parlamento, em vez de fiscalizar a ação do Governo, deve fazer autocrítica pelas suas prestações e deve deixar-se destes ‘faits divers’. Farto de ‘show off’!
Os deputados têm uma péssima imagem pela sua conduta e pelo nível de casos nas suas presenças (subsídios de residência, subsídios de deslocação), que só uma minoria tem uma conduta decente. Os deputados não se entendem para o bem público e para chegarem a um consenso nacional, sempre uns para cada lado.
O Parlamento que preste contas aos portugueses.
Bem fez Lucília Gago, que já anunciou há algum tempo que iria embora, não estando para aturar estas ingerências inqualificáveis em democracia."
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