Pedro Nuno Santos, que está esta quinta-feira de visita ao Polo de Saúde de Carcavelos, em Cascais, disse que não é da responsabilidade do Partido Socialista (PS) a viabilização do Orçamento do Estado para 2025.
"Têm de deixar de insistir com o PS, essa responsabilidade não é nossa", realçou o secretário-geral do PS e líder da oposição ao Governo PSD/CDS-PP, acrescentando que "temos de nos deixar de truques na política".
"O Orçamento de Estado vai refletir tudo aquilo que for aprovado entretanto. Durante a campanha para as Europeias eu disse que o Orçamento de Estado estava a ser feito e comprometido durante a campanha e continua a ser, essa separação não existe [...]. As questões fundamentais para o Governo são aprovadas com a Iniciativa Liberal e com o Chega mas depois estão à espera que seja o PS a sustentar e a viabilizar uma governação que tem traves mestras com as quais nós discordamos profundamente?", questionou retoricamente.
"Não é nossa a responsabilidade de apresentar um Orçamento e as opções que estão a ser feitas pelo Governo distanciam-os de nós. A vontade do Governo não é olhar para elas connosco e ceder numa relação e num diálogo com o PS. Eles aprovam com a Iniciativa Liberal e com o Chega aquilo que o PS não quer e depois ficam à espera que o PS os sustente e garanta o Orçamento. Não é assim que as coisas funcionam. Isso não é sério, não é correto e não é forma de respeitarmos a oposição", afirmou Pedro Nuno Santos.
O secretário-geral do PS aproveitou ainda a sua visita ao Polo de Saúde de Carcavelos para acusar o Executivo de Luís Montenegro de "ânsia eleitoral" e de prescindir de "milhares de milhões de euros" de receita que são fundamentais para os serviços públicos e vão ser gastos com os que "menos precisam".
"Este Governo está já, em poucos meses, a prescindir de milhares de milhões de euros de receita. Milhares de milhões de euros, sim, porque quando a grande parte destas medidas estiverem a ser implementadas na sua totalidade, nós só de perda de receita fiscal estaremos a falar entre dois mil a três mil milhões de euros por ano", disse.
Alertou ainda Pedro Nuno Santos "que prescindir dessa receita orçamental, que está a ser destinada para os que menos precisam, para quem ganha mais, nós estamos a tirar receita orçamental para investir nos serviços públicos".
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