"O Governo tem achado que basta trocar administrações e fazer a roda de cadeiras para resolver problemas que têm raízes muito mais profundas e a raiz profunda do INEM é a sua falta de meios", considerou Mariana Mortágua, em conferência de imprensa na sede nacional do BE, em Lisboa.
A bloquista foi questionada sobre o facto de hoje o Ministério da Saúde ter nomeado o médico Sérgio Dias Janeiro para a presidência do Instituto Nacional de Emergência Médica(INEM), depois de o anterior nomeado, Vítor Almeida, ter voltado atrás na decisão de aceitar o cargo.
Em comunicado, o Ministério da Saúde explica que "nos contactos com a tutela durante a última semana", o médico anestesista Vítor Almeida "concluiu que não estavam reunidas as condições para assumir a presidência do INEM, por razões profissionais e face ao contexto atual do instituto".
Mariana Mortágua avisou que o INEM tem atualmente um problema de falta de meios humanos e "falta de decisões de investimento, como é o caso do concurso dos helicópteros que impediu que o INEM pudesse tem meios aéreos em tempo útil, criando aquela confusão sobre recurso a meios militares".
"O problema aqui é um problema político, de direção política do INEM e de capacidade de investimento. E rodar pessoas sem resolver este problema nunca dará bom resultado", alertou.
Mortágua acusou também a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, de prepotência: "Perante problemas que são estruturais, que têm a ver com falta de meios, atira sistematicamente para as direções hospitalares, para as administrações hospitalares, para os responsáveis de cada serviço".
Na ótica da bloquista, esta é uma forma da governante "escapar às suas responsabilidades".
Na nota hoje divulgada, o Ministério da Saúde refere que, perante o recuo de Vítor Almeida, decidiu nomear o médico Sérgio Agostinho Dias Janeiro, em regime de substituição por 60 dias, por vacatura do cargo.
O ministério adianta que será agora aberto um concurso junto da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP).
Vítor Almeida tinha sido nomeado no dia 04 de julho para a presidência do INEM, depois de Luís Meira se ter demitido do cargo na sequência da polémica com o concurso dos helicópteros de emergência médica.
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