Em declarações à agência Lusa no âmbito do debate do estado da nação, agendado para esta quarta-feira, a deputada liberal sublinhou que o atual executivo "à semelhança do anterior Governo" tem feito muito anúncios e "muito pouca concretização", o que dificulta a avaliação do trabalho do Governo.
"Mais do que anunciar, é preciso que se governe e aquilo que nós sentimos é que o Governo anuncia muito, mas governa pouco, pelo menos é aquilo que temos visto nos últimos meses e a expectativa é que, obviamente, o Governo passe a governar mais independentemente dos anúncios que faça", defendeu a líder parlamentar dos liberais.
Os liberais defenderam também que o país "não está muito diferente do que era anteriormente", sublinhando que "em algumas matérias" a situação está, inclusive, a agravar-se, nomeadamente na saúde.
"Houve um plano apresentado pelo Governo que é manifestamente insuficiente. A saúde é uma área que precisa de reformas concretas e efetivas e isso não se tem verificado de todo. O plano que o Governo apresentou é, no fundo, uma solução para tentar colmatar algumas lacunas, mas que, claramente, não vai alterar aquilo que é a situação atual em que temos portugueses que não conseguem aceder a serviços de saúde em tempo útil", defendeu a deputada da IL.
Mariana Leitão disse que a IL vai continuar a insistir junto do Governo para que sejam feitas "as reformas que são necessárias fazer" na saúde, sublinhando a necessidade de se trabalhar com os setores privado e social para dar respostas aos problemas do Sistema Nacional de Saúde (SNS).
Sobre as prioridades dos liberais para os próximos meses, a deputada sublinhou que, além de propostas para a saúde, o partido continuará a insistir na redução fiscal para que as pessoas tenham "mais disponibilidade para terem uma vida melhor".
O partido vai apresentar também em setembro um pacote de medidas dirigido aos trabalhadores independentes e profissionais liberais que, dizem, "acabam por ser muito penalizados por terem esse enquadramento".
"Queremos que não só ao nível dos direitos estejam equiparados aos demais, como também que tenham algum alívio fiscal", acrescentou.
Está agendado para esta quarta-feira o debate sobre o estado da nação, o primeiro desde que o executivo minoritário PSD/CDS-PP tomou posse, que contará com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do restante elenco governativo.
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