Numa intervenção no debate sobre o estado da nação, na Assembleia da República, o social-democrata enumerou as medidas do atual Governo em matérias como a imigração, saúde, educação ou forças de segurança, referindo que em todas elas o Governo está a resolver problemas que tiveram origem nos executivos liderados por António Costa - acusado por Hugo Soares de ter deixado o país numa "crise social e operacional".
"Foi o PS que aumentou em 50 euros os beneficiários do complemento solidário para idosos (CSI), que acabou com a condição de recursos e que comparticipou em 100% os medicamentos dos beneficiários do CSI? Não, apesar de terem governado nos últimos oito anos. Foi o PS que recuperou o tempo em atraso das cirurgias dos doentes oncológicos? Não, mas foi o PS que deixou o SNS num caos e governou nos últimos oito anos", exemplificou.
O líder parlamentar do PSD respondeu também às acusações do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos - que caracterizou o executivo de "arrogante" -, lembrando que o líder socialista criticou a falta de acordo com as forças de segurança um dia antes de se chegar a acordo com os sindicatos.
"Diz Pedro Nuno Santos que o que fica é o fracasso. Não o vou acusar de arrogância, vou só acusá-lo mesmo de precipitação. É preciso ter calma, senhor deputado, não julgue o Governo um dia antes de resolver os problemas que os senhores deixaram para o Governo", acrescentou.
Lembrou também, dirigindo-se ainda a Pedro Nuno Santos, que o secretário-geral socialista tentou decidir a localização do novo aeroporto "mas o primeiro-ministro [António Costa] não o deixou e mandou-o recuar".
Referindo-se às afirmações da socialista Mariana Vieira da Silva sobre o "sobressalto" em que vivem as instituições, Hugo Soares lembrou as "cenas de pancadaria dos ministérios do Governo anterior" e as "demissões sucessivas".
Na réplica, Alexandra Leitão, líder parlamentar do PS, acusou o executivo de confundir anúncios com execução e defendeu uma série de medidas dos anteriores Governo socialistas como a vinculação de "21 mil professores em quadros de escolas", a criação do CSI ou o "primeiro superávite da democracia".
"Foi este Governo que tem dados recorde de mais de cinco milhões de pessoas a trabalhar, reduzindo para números recorde o desemprego. Agora pergunto eu: foi este Governo, senhor deputado?", concluiu.
Hugo Soares respondeu a Alexandra Leitão defendendo que ninguém achava que um Governo que "governou oito anos" não teria "nada para dizer" sobre medidas adotadas e que, se assim fosse, era o "cúmulo da ineficiência".
Antes, o deputado João Almeida, do CDS, defendeu que o atual Governo mesmo não tendo uma maioria parlamentar de apoio, consegue decidir e "tem vontade de reformar", ao contrário do anterior executivo "que tinha condições para decidir, mas não decidia".
"Tinha até um Governo que tinha condições para cumprir um mandato e não o cumpriu. Foram os portugueses a decidir mudar de vida. Mudar a vida do país para poderem mudar a sua própria vida", acrescentou.
Pela Iniciativa Liberal, a líder parlamentar Mariana Leitão manifestou a sua preocupação com o plano de ação de apoio aos media anunciado pelo Governo que prevê modelos de financiamento público aos órgãos de comunicação social e defendeu que "os apoios diretos do Estado comprometem diretamente a independência" do jornalismo.
[Notícia atualizada às 14h48]
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