Em comunicado, o CDS-PP diz acompanhar "os apelos da grande maioria dos países, não apenas do mundo ocidental, mas também da América Latina e do Sul, que, além das suas orientações políticas, reclamam o acesso à verdade eleitoral e uma verificação independente sobre o resultado da eleição presidencial venezuelana".
Para o partido, sem essa verificação, "não se alcançará a democracia na Venezuela, nem se chegará à paz e tranquilidade públicas por parte de todos aqueles venezuelanos que legitimamente reclamam que o seu voto seja respeitado".
"O CDS-PP, em linha com a comunidade internacional, apela ao acesso imediato e fiscalizado a todos os documentos eleitorais, como a única forma de assegurar a transparência possível das eleições, bem como à cessação imediata de todos os atos de violência", lê-se.
O partido condena o que considera ser uma "violência ditatorial criada na Venezuela por parte do regime de Nicolás Maduro, por forma a impedir o acesso às atas das diversas mesas eleitorais onde ocorreu a votação".
"Os atos de agressão e repressão praticados contra o próprio povo são um sinal claro daquilo que o presidente venezuelano pretende evitar e da verdade expressa nas mesas de votos", defende o partido, que acrescenta que os protestos a que se tem assistido "representam uma reação justíssima do povo venezuelano, cerceado no legítimo direito de decidir sobre o seu próprio destino".
"É aceitável concluir que a reação de Nicolás Maduro e a repressão policial traduzem uma tentativa desesperada e inaceitável de ocultação da verdade dos resultados eleitorais", afirma.
O CDS expressa ainda a sua solidariedade para com "todos os democratas venezuelanos" e manifesta "profundo respeito pelos riscos que correm em defesa da liberdade".
"Por último, como já sucedeu no passado, o CDS-PP defende a preparação de um plano de ajuda e evacuação dos cidadãos nacionais, em caso de necessidade face à evolução das circunstâncias", lê-se.
A Venezuela regista desde segunda-feira protestos, que já fizeram pelo menos 11 mortos e 750 detidos, em várias regiões do país contra os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O CNE da Venezuela proclamou na segunda-feira oficialmente Nicolás Maduro como presidente, para o período 2025-2031, com 51,2% dos votos, tendo obtido 5,15 milhões de votos.
O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve pouco menos de 4,5 milhões de votos (44,2%), indicou o CNE.
A oposição venezuelana reivindica, contudo, a vitória nas eleições presidenciais, com 70% dos votos para Gonzalez Urrutia, afirmou a líder opositora María Corina Machado, recusando-se a reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.
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