Gémeas? Ventura critica Ruela após novos e-mails: "Limiar da ilegalidade"
Em causa estão dois e-mails que não constam do dossiê da Presidência da República e, por isso, não tinham sido enviados ao Ministério Público (MP) nem aos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images
Política Caso das gémeas
O líder do Chega, André Ventura, considerou, esta quarta-feira, que o facto de a consultora para os Assuntos Sociais, Sociedade e Comunidades da Casa Civil do Presidente da República, Maria João Ruela, ter agora encontrado dois novos e-mails sobre o caso das gémeas "está no limiar da ilegalidade".
Em causa estão dois e-mails que não constam do dossiê da Presidência da República e, por isso, não tinham sido enviados ao Ministério Público (MP) nem aos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
"Chegaram os elementos que nós dissemos desde o início que faltavam por faltar uma ligação óbvia e a ligação era entre o Presidente da República e um dos seus assessores e depois entre o Chefe da Casa Civil e Maria João Ruela para que começasse a levar a cabo as diligências", começou por afirmar em conferência de imprensa, na sede do Chega, em Lisboa.
Rejeitando fazer "avaliações políticas da atuação" da assessora de Marcelo, Ventura considerou, contudo, que está "no limitar da ilegalidade" porque "ocultou ao Parlamento, à Procuradoria-Geral da República (PGR) e a entidades administrativamente instigadas para o efeito elementos fundamentais para a análise do processo decisório".
Para o Chega, "faz uma certa confusão" que os restantes e-mails tenham sido identificados por Maria João Ruela, excetuando "aquele e-mail específico". "Faz também confusão porque todos sabemos procurar e-mails quando queremos procurar um assunto", afirmou.
André Ventura considerou que a comissão de inquérito e a investigação em curso do Ministério Público "não continuarão de forma eficaz se se mantiver uma atitude de boicote persistente por parte de outras autoridades."
"O que aconteceu com a Presidência da República pode - esperamos que não - acontecer com o Ministério da Saúde", acrescentou, apelando a "todas entidades públicas do país envolvidas neste caso que não deixem de cumprir os seus deveres legais por qualquer razão política."
"Ocultar, apagar, esconder ou não divulgar quando solicitado é um crime e constitui um crime de desobediência perante a comissão de inquérito e poderá constituir uma obstrução ao funcionamento da Justiça", atirou.
Segundo o Correio da Manhã, num dos e-mails, o chefe da Casa Civil da Presidência da República, Frutuoso de Melo, reencaminha a Maria João Ruela um outro e-mail do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no qual anexa a correspondência do filho, Nuno Rebelo de Sousa, e pede que a assessora trate do assunto.
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