OE2025? "Nível de gritaria é muito superior à realidade concreta"
Para o PCP, "os problemas concretos da vida das pessoas" estão a "passar ao lado" das negociações do Orçamento do Estado para 2025.
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Política OE2025
O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, considerou, este sábado, que "o nível de gritaria e de adjetivação" entre o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD) no que diz respeito às negociações do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) "é muito superior à realidade concreta", com os "problemas da vida das pessoas" a "passar ao lado".
"O que eu eu acho é que o nível de gritaria e de adjetivação é muito superior à realidade concreta. O pior não é isso. O pior é os problemas concretos da vida das pessoas, que estão a passar ao lado. Nós não vamos passar ao lado", afirmou Paulo Raimundo, em declarações aos jornalistas, em Lisboa, à margem de um protesto pelo direito à habitação, após ser interrogado sobre a reunião entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o líder do PS, Pedro Nuno Santos.
Para o comunista, a "expectativa" que tinha da reunião "veio a confirmar-se", com "a vida das pessoas" a ficar, "mais uma vez, de fora das politicas que são necessárias".
Sobre as manifestações em curso em todo o país pelo direito à habitação, Paulo Raimundo defendeu que é "uma dificuldade aceder e é uma dificuldade aguentar à habitação" e "é a isso que é preciso responder".
"É preciso responder, desde logo, ao fecho da lei dos despejos, que está a pôr centenas de pessoas na rua. É preciso enfrentar o arrendamento, regular o arrendamento e fazer baixar as prestações, que não se aguentam, é preciso, de um vez por todas, que a banca, com os seus milhões de euros por dia, suporte o aumento das taxas de juro, se acabe com as comissões bancárias, que não se justificam, para poder baixar aa prestações", enumerou o secretário-geral do PCP, frisando que, além disso, é necessário "investimento público".
"Infelizmente, nada daquilo que descrevi esteve presente nessas chamadas negociações do Orçamento do Estado. E esse é que é o drama", criticou. "As pessoas que estão aqui hoje, a exigir o direito a habitação, a exigir um teto para viver, casas para viver, estão completamente afastadas dos conteúdos dessa suposta negociação", reforçou.
Para o comunista, "o país precisa de um resposta diferente" e "aquilo que se conhece dessas chamadas negociações não responde a nenhum dos problemas estruturais do país".
Recorde-se que o secretário-geral do PS afirmou ontem que rejeitará um Orçamento do Estado com as alterações ao IRS e IRC propostas pelo Governo, "nem nenhuma modelação" dessas mesmas medidas, porque estas "são más" e nem isso as tornaria boas.
Pedro Nuno Santos propôs ainda que a margem orçamental destinada ao IRS Jovem seja aplicada em investimento público para habitação da classe média, num aumento extraordinário de pensões e num regime de exclusividade para médicos no SNS.
O primeiro-ministro qualificou de "radical e inflexível" a proposta do secretário-geral socialista para o Orçamento do Estado 2025, mas disse que vai tentar um "esforço de aproximação", concretizado numa contra-proposta a entregar na próxima semana.
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