O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que Portugal não é um "país onde o ódio e questões raciais tenham uma natureza de preocupação". No entanto, destaca que “não significa que estejamos desatentos a alguns epifenómenos que existem neste domínio”.
Montenegro salientou que “a larga maioria da nossa comunidade convive muito bem com aqueles que nos procuram e sabe separar muito bem esses epifenómenos, alguma sensação de insegurança sobre aquilo que verdadeiramente importa, é a integração daqueles que nos procuram”.
Declarações que vêm a propósito da realização do Conselho Nacional de Migração e Asilo que acontece hoje pela primeira vez. Afirma que este conselho “vai ajudar o governo a tomar melhores decisões que produzam resultados para Portugal”, referindo que “somos um país com grande tradição do ponto de vista do acolhimento e integração de migrantes” e também uma “referência no contexto internacional do respeito pelos direitos humanos e pelo respeito da dignidade das pessoas”.
O chefe de Estado disse que o Governo se tem “dedicado a fazer e quer continuar a construir” com este novo conselho e o seu presidente, António Vitorino, “soluções que visam podermos, simultaneamente, cumprir o objetivo de termos em Portugal a possibilidade de oferecer oportunidades àqueles que as procuram no nosso território, desde aqueles que vêm para estudar, àqueles que vêm para trabalhar”.
Montenegro disse que o Governo está preocupado em "suster e erradicar" problemas relacionados com rotas internacionais migratórias de tráfico de seres humanos ou de aproveitamento de circunstâncias de vulnerabilidade "por parte de redes organizadas de natureza criminosa".
"Queremos ter uma política migratória que esteja à altura daqueles que são os pergaminhos da nossa sociedade, podermos ter uma migração regulada e, por via disso, possibilitar que as pessoas encontrem no nosso país as oportunidades que procuram", afirmou.
O primeiro-ministro voltou a defender a entrada de imigrantes através de instituições de ensino e o agrupamento familiar como "duas traves mestras da política de acolhimento e integração" do atual Governo.
"É nessa perspetiva que devemos olhar para aqueles que nos procuram como futuros novos portugueses: aqueles que vêm, que se instalam, que constituem aqui as suas famílias, as suas bases e farão perdurar a sua presença na nossa comunidade como membros efetivos da mesma", salientou.
O chefe de Estado esteve presente na primeira reunião do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo, um órgão consultivo criado pelo atual Governo PSD/CDS-PP e que será presidido pelo socialista António Vitorino, que falou ao lado do primeiro-ministro.
No final, o primeiro-ministro não respondeu às questões da comunicação social.
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