O Livre iniciou, esta quarta-feira, o processo para o envio de uma queixa contra o líder do Chega, André Ventura, ao Grupo de Trabalho do Código de Conduta dos deputados.
A notícia é avançada esta quinta-feira pelo Expresso. Numa entrevista ao semanário, a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, acusa o Chega de criar "ruído" na Assembleia da República e de "escalar", lembrando a sessão solene do 25 de Novembro.
Em causa está o momento em que Ventura citou o major-general da guerra colonial Jaime Gama, onde este se refere a uma "limpeza". O tema foi discutido na Comissão de Transparência e Estatuto dos deputados na quarta-feira, iniciando assim o processo para avançar com a queixa.
Na entrevista ao semanário, Isabel Mendes Lopes diz que é precisa condenação e que este discurso não passe impune. Na mesma entrevista, a líder parlamentar diz ainda que o presidente da Assembleia da República (PAR), José Pedro Aguiar-Branco, tem sido cúmplice com a atuação do Chega no Parlamento.
Dois dias depois da intervenção de André Ventura, o Livre pediu ao PAR que começasse o debate desse dia, 27, com uma nota de repúdio da intervenção do líder do Chega na sesssão solene, por "apologia de crimes de guerra".
No entanto, Aguiar-Branco registou a observação da deputada, mas disse que não "permitiria a reabertura do debate do 25 de Novembro" e alertou que a figura regimental da interpelação à mesa deve ser usada sobre condução dos trabalhos de hoje, recebendo então aplausos da bancada do Chega.
Aos jornalistas, Isabel Mendes Lopes disse mais tarde que foi "inconcebível" que Aguiar-Branco "não tenha tomado uma posição e se tenha escudado em procedimentos regimentais" para não lhe dar a palavra.
Já André Ventura disse acusou o Livre de querer ter protagonismo "à custa do Chega".
[Notícia atualizada às 16h52]
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