Ricardo Costa avisa que autárquicas se vão realizar com "novas exigências"

O dirigente do PCP Ricardo Costa reconheceu hoje que as próximas eleições autárquicas vão realizar-se num quadro de "novas e reforçadas exigências" para o partido, pedindo que se abra desde já a quem se revê no projeto da CDU.

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Lusa
13/12/2024 20:07 ‧ há 3 horas por Lusa

Política

PCP/Congresso

Num discurso no primeiro de três dias do 22.º Congresso do PCP, em Almada, o membro da Comissão Política do PCP Ricardo Costa salientou que as autárquicas se realizarão num quadro político com "novas e reforçadas exigências" quando comparado com 2021, em que "um conjunto de forças políticas não tinha ainda as condições criadas para um alargamento das suas candidaturas".

 

"A ampla dispersão das forças políticas, a promoção das falsas candidaturas independentes, designadas de cidadãos eleitores, a promoção de forças reacionárias e fascizantes, bem como as anunciadas e ainda pouco assumidas convergências, o atual Governo do PSD/CDS e a provável aliança que assumirão, nalguns casos, com os seus sucedâneos, são projetos contrários aos interesses das populações", advertiu.

Antecipando que a CDU vai enfrentar uma "linha de silenciamento ou mesmo de deturpação e mentira" sobre a sua intervenção, Ricardo Costa defendeu que é preciso começar desde já "uma larga ação de esclarecimento" junto das populações, que dê a conhecer o trabalho que a coligação desenvolveu a nível autárquico.

Ricardo Costa frisou também que se está a pouco mais de nove meses, pelo que "o tempo não é muito" e é preciso começar a "definir candidaturas" e a "planificar a ação" da CDU, uma vez que pretende "concorrer a todos os órgãos municipais e ao máximo de freguesias".

"O tempo é de envolver, desde já, todos os que connosco convergem e lutam pela concretização do projeto que temos para viver melhor na nossa terra", referiu.

Antes, Margarida Botelho, membro do Secretariado do Comité Central do PCP, fez uma intervenção sobre o "trabalho unitário com democratas e patriotas", na qual defendeu que, para se construir uma alternativa política patriótica e de esquerda, é necessário convergir "com gente democrata, patriota".

Margarida Botelho referiu que "há milhões de pessoas" em Portugal que concordam com o diagnóstico feito pelo PCP, e defendeu que é preciso "abrir perspetivas e soluções, dar-lhes a confiança de lutar por essas soluções de futuro".

"Os comunistas têm a enorme vantagem da discussão coletiva, da organização, da independência de classe do nosso partido. Mas não sabemos tudo, nem mudaremos o mundo sozinhos. A unidade é uma construção permanente, que exige um apelo político certeiro, desassombrado e corajoso", disse, salientando que esse trabalho de unidade terá nas próximas eleições autárquicas "um ponto alto, alargando e afirmando a CDU como a grande força de esquerda no poder local".

Por sua vez, Fernanda Mateus, da Comissão Política do Comité Central do PCP, fez um discurso sobre serviços públicos e funções sociais do Estado, no qual defendeu que "é fundamental dar confiança à luta organizada em defesa do SNS, da escola pública, do sistema público de Segurança Social".

"É com o reforço e ampliação da luta, a partir das organizações e movimentos de massas, que mostraremos que o grande capital, o Governo PSD e CDS e os que com eles convergem - PS, Iniciativa Liberal e Chega - não têm mãos livres para aniquilar o que se construiu com Abril, nem para travar a marcha da História e ainda menos a luta por novos direitos", disse.

O ex-eurodeputado do PCP João Pimenta Lopes também interveio neste congresso para advertir que a União Europeia se está a consolidar como "a superestrutura política do processo de integração capitalista" e, simultaneamente, está a "promover e a procurar a inclusão de forças ainda mais fascizantes".

"Cinicamente, ocultando as suas responsabilidades e instrumentalizando as gravosas consequências da sua política, procuram abrir espaço para impor uma ainda maior regressão de direitos laborais e sociais e o ataque à soberania e à democracia", avisou.

Leia Também: Pacote anticorrupção do Governo é "muita parra e pouca uva"

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