Portugal viveu no início desta semana uma situação inédita. O 'apagão' que deixou o país sem eletricidade durante cerca de 10 horas gera questões sobre segurança e sobre como agir.
Os vários líderes políticos portugueses não tardaram em reagir, apontando as falhas que ocorreram durante o dia e salientando a necessidade de promover uma discussão sobre o assunto.
Recorde-se que o Governo esteve reunido em Conselho de Ministros de emergência, reunião finda a qual Luís Montenegro apelou à calma.
PS aponta situação anormal e critica Proteção Civil
O secretário-geral do PS defendeu que devia ser convocado o Gabinete Coordenador de Segurança e reunidos todos os serviços de segurança e proteção civil para responder ao apagão energético. Disponíveis para colaborar no que fosse necessário, o secretário geral do PS viria a apontar que o país viveu "um momento de tremenda anormalidade" e apontou críticas à Proteção Civil.
"A gestão de comunicação numa qualquer crise nunca é fácil, mas hoje exigia-se mais informação e celeridade por parte da Proteção Civil", escreveu Pedro Nuno Santos.
"Num instante, aquilo que tomamos como garantido desapareceu, e o nosso quotidiano sofreu uma profunda alteração. De repente, o que era simples tornou-se difícil; o que era rotineiro tornou-se um desafio", escreveu ainda Pedro Nuno Santos.
Hoje, Portugal viveu um momento de tremenda anormalidade. Num instante, aquilo que tomamos como garantido desapareceu, e o nosso quotidiano sofreu uma profunda alteração. De repente, o que era simples tornou-se difícil; o que era rotineiro tornou-se um desafio.
— Pedro Nuno Santos (@PNSpedronuno) April 28, 2025
Uma palavra de…
Chega fala em "população às escuras" sobre como agir
André Ventura focou a sua mensagem também na importância de manter a população informada.
O presidente do Chega defendeu que o Governo deve "garantir imediata coordenação de todas as estruturas" na sequência do apagão que afetou o país, e instou o executivo a informar a população sobre como proceder.
"Perante um 'apagão geral' ainda sem causas determinadas, o Governo deve garantir imediata coordenação de todas as estruturas de segurança, energia, informação e proteção civil", escreveu o líder do Chega numa publicação na sua página na rede social X.
André Ventura defendeu que não se "deixar a população às escuras, sem o mínimo de informação e sem saber o que fazer ou como proceder", alertando que "isso é promover o caos e a confusão nacional".
Comunicação para combater a desinformação, pedem BE e PAN
"Perante a perturbação causada pelo apagão elétrico, espera-se do Governo resposta pronta aos setores essenciais afetados e rapidez na comunicação com o país, incluindo no combate à desinformação", escreveu a líder do BE, na rede social X.
Perante a perturbação causada pelo apagão elétrico, espera-se do Governo resposta pronta aos setores essenciais afetados e rapidez na comunicação com o país, incluindo no combate à desinformação.
— mariana mortágua (@MRMortagua) April 28, 2025
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, criticou a demora de informação da Proteção Civil após a falha da rede enérgica em Portugal que durou mais de 10 horas.
"A dimensão da proteção civil e resiliência das cidades é fundamental, para que pelo menos a informação seja prontamente recebida pelos cidadãos, pois a informação da proteção civil só chegou ao final do dia. Tomemos esta caso como um exemplo do que há ainda fazer e corrigir", escreveu Inês Sousa Real na rede social X (antigo Twitter).
"Análise" para avaliar fragilidades, defendem PCP e Livre
Já o PCP considerou que a quebra de fornecimento de energia elétrica exige "medidas que contribuam para a rápida reposição do fornecimento", com prioridade para os "serviços essenciais à população", como a saúde, transportes, educação ou segurança.
Paulo Raimundo disse ainda que vai requerer o agendamento para quarta-feira de um debate parlamentar sobre o corte no abastecimento elétrico, considerando que ficaram patentes "vulnerabilidades e problemas" no sistema elétrico nacional que devem ser avaliadas, em particular ao nível da soberania.
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, defendeu "uma análise profunda sobre as vulnerabilidades das nossas infraestruturas críticas", tendo em conta a situação que o país viveu esta segunda-feira, após um apagão nacional que durou mais de 10 horas.
"Agora que o país regressa à normalidade, o desejo de todos é que não tenha havido quaisquer consequências graves para os nossos concidadãos, para lá de um dia insólito. Assegurar que assim foi deve ser a primeira prioridade", começou por escrever na rede social X (antigo Twitter).
Recorde-se que o restabelecimento de energia aconteceu de forma gradual ao longo do dia, começando pela zona centro do país. Até cerca das 22h30, a E Redes informou que tinha sido restabelecida a eletricidade em quatro milhões de casas e já esta manhã garante que toda a situação está normalizada.
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