No discurso de encerramento do 22.º Congresso Nacional do PCP, em Almada, Paulo Raimundo salientou que a situação o partido enfrenta é "de grande exigência, o inimigo tem muita força e muitos meios".
"Mas este não é o momento para desânimos e, àqueles que perdem esperança, lhes dizemos olhos nos olhos: olhem para este Congresso, confiem neste partido e juntos, ombro a ombro, vamos resistir, vamos acumular forças e vamos criar condições para avançar e para crescer", frisou.
Paulo Raimundo defendeu "que há forças e forças suficientes, se organizadas e mobilizadas, para travar a minoria que capturou o país, ajoelhou o poder político e domina a economia ao saber dos grupos económicos".
"Há forças e forças suficientes, se organizadas e mobilizadas, para enfrentar a política de classe ao serviço dos poderosos e pôr fim às desculpas esfarrapadas de que nunca há dinheiro para aumentar salários e reformas", frisou.
Quem achava que vínhamos ao 22.º Congresso para carpir mágoas, mais uma vez se enganouPara o secretário-geral do PCP, "o que serve ao país não é a submissão aos interesses dos grupos económicos e das multinacionais".
"O que serve ao país, o que serve a quem produz a riqueza e põe o país e a economia a funcionar, é uma política ao serviço do povo, ao serviço da maioria", referiu.
Num balanço dos três dias de Congresso, Paulo Raimundo considerou que a reunião comunista "cumpriu todos os seus objetivos" e foi "uma manifestação de força, determinação, coragem e de esperança para milhares e milhares que justamente ambicionam uma vida melhor".
"Quem achava que vínhamos ao 22.º Congresso para carpir mágoas, mais uma vez se enganou. Quem esperava que confundíssemos resistência com desistência, encontrou aqui um partido consciente do terreno que pisa, das dificuldades e do exigente quadro que o nosso povo enfrenta, mas que aqui está: a resistir", afirmou, com os delegados a aplaudirem e a entoarem o cântico "assim se vê a força do PC".
O secretário-geral do PCP frisou que, "quem esperava fraqueza, encontrou força, unidade, determinação, encontrou confiança e coragem", assim como "quem esperava isolamento, encontrou um partido ligado à vida e à realidade, disponível e empenhado em juntar forças com todos aqueles que justamente estão preocupados com o rumo atual do partido".
"Os que propositadamente confundem mensagem nova com demagogia, mentira e desinformação, aqui encontraram quem não abdica da mensagem da verdade", disse, acrescentando que "quem esperava pessimismo, encontrou a alegria".
"Lamentamos desiludir os que tomam os seus desejos por realidade: o PCP cá está", afirmou, salientando que o partido está "com a força do seu projeto, a determinação do seu coletivo, a coragem de quem não tem medo".
"O PCP cá está a desmentir e, acima de tudo, pronto a enfrentar e a derrotar todos quantos gostariam que o partido se vergasse ao poder e interesses do grande capital", disse.
Neste discurso, em que afirmou que o PCP vai sair deste congresso "mais forte, mais preparado e determinado para tomar a iniciativa", Paulo Raimundo prometeu que o partido vai agir "em todos os níveis" e em particular "pelo aumento dos salários e das pensões, contra as injustiças e desigualdades, pelos serviços públicos, por uma rede pública de creches gratuitas para todas as crianças, pelo direito à habitação".
Entre as iniciativas que o partido vai promover, Paulo Raimundo anunciou que, no dia 14 de janeiro, o PCP vai realizar 100 ações em todo o país para conseguir juntar 100 mil assinaturas para o abaixo-assinado no âmbito da campanha "Aumentar salários e pensões, para uma vida melhor", que conta atualmente com cerca de 78 mil assinaturas.
[Notícia atualizada às 13h42]
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