"Não vamos criar mais Efacec em Portugal", diz Montenegro a Pedro Nuno

O líder do PS acusou hoje o primeiro-ministro de não apresentar uma visão estratégica para a economia, tendo Luís Montenegro assegurado que acompanha a atividade das empresas, mas que nunca irá criar mais casos como o da Efacec.

Notícia

© Getty Images

Lusa
15/01/2025 17:14 ‧ há 2 horas por Lusa

Política

Efacec

Um dos temas centrais da intervenção do líder socialista, Pedro Nuno Santos, no debate quinzenal no parlamento foi a situação da economia, tendo afirmado não estar "tão otimista" quanto o primeiro-ministro em relação à economia, uma vez que há uma "vaga de despedimentos coletivos a assolar" o país e uma situação muito difícil em setores como o têxtil e o automóvel.

 

"Nós precisamos de facto de uma estratégia para transformar a economia portuguesa. Desde a sua eleição até ao dia de hoje não ouvimos da parte do primeiro-ministro uma visão estratégica. Não há ninguém que conheça as prioridades deste governo e do senhor primeiro-ministro", acusou Pedro Nuno Santos, questionando Montenegro sobre quais são as prioridades e a estratégia.

Numa das respostas, o primeiro-ministro considerou que Pedro Nuno Santos "clama muito pela estratégia económica do governo" e de "forma repetitiva porque não quer se se fale" da estratégia que o PS defende, perguntando a Pedro Nuno Santos quais seriam os setores da economia que não apoiaria.

Luís Montenegro assegurou que Governo acompanhará a atividade das empresas e estará ao seu lado com "contributos para a superação das dificuldades", mas deixou uma garantia: "nós não vamos criar mais Efacec em Portugal. Essa é uma regra de ouro do nosso Governo".

"O senhor primeiro-ministro está mais confortável no fato de líder da oposição do que de primeiro-ministro. Gosta muito de falar dos oito anos da oposição, mas os portugueses querem falar da sua governação", contrapôs Pedro Nuno Santos, avisando que "quando se quer apoiar toda a gente não se apoia ninguém".

Para o secretário-geral do PS, "aquilo que fica claro" é que Montenegro "não tem uma estratégia para a economia". Pedro Nuno defendeu que "não vale a pena apontar o dedo à esquerda intervencionista", voltando a referir-se às escolhas do antigo primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva na década de 90 com o relatório Potter.

Outro tema que foi trazido por Pedro Nuno Santos foi a questão do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, tendo o líder socialista referido que aquando da apresentação da solução do Governo, o PS tinha dito "que era impossível aumentar-se o número de movimentos por hora no aeroporto sem avaliação de impacto ambiental", algo que o Governo disse não ser necessário.

"Foi só esperar até dezembro para a APA dizer que sim, que é necessária uma avaliação de impacto ambiental. Se esta avaliação terminar com uma DIA [declaração de impacto orçamental], nós vamos provavelmente perder dois a três anos face ao programa inicialmente apresentado pelo senhor ministro", disse.

A pergunta do líder do PS a Montenegro foi qual é a solução do Governo para aumentar a capacidade aeroportuária da região de Lisboa "até à inauguração longínqua do novo aeroporto de Lisboa".

Na resposta, Montenegro considerou que "como diz o adágio popular pela boa morre o peixe" e referiu que o programa de expansão do aeroporto Humberto Delgado, "no essencial, foi herdado" das decisões de Pedro Nuno Santos então como ministro e que "não saíram do papel e não chegaram ao terreno".

"Eu não deixo de ficar um pouco surpreso por esta deriva de masoquismo político que significa o senhor deputado instar-me a justificar porque é que nós estamos a fazer hoje aquilo que se propôs fazer e que durante anos nunca fez", respondeu o primeiro-ministro.

Montenegro referiu que o assunto "está a ser dirimido judicialmente" e o Governo vai apresentar "no sítio certo a contestação".

"Mas há uma coisa que já aconteceu: as obras já foram adjudicadas", disse.

Em 09 de janeiro foi noticiado que o Governo iria apresentar uma contestação à ação administrativa avançada pelo Ministério Público que pode atrasar as obras de melhoria do aeroporto Humberto Delgado.

[Notícia atualizada às 17h40]

Leia Também: É "ambicioso" pensar que Estado vai recuperar dinheiro colocado na Efacec

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas