O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, apontou, esta quinta-feira, que “o espaço do centro-esquerda tem a obrigação de ter um candidato forte para restituir ao país confiança” nas Presidenciais de 2026, uma vez que, à Direita, são apresentados “um cidadão militar, sem experiência e atividade na política, um comentador na SIC Notícias e o líder da extrema-direita”.
O socialista deu ainda conta de que já sabia da decisão do governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, de não entrar na corrida à Belém, tendo assegurado que “há vontades de mais do que uma pessoa”.
“Já sabíamos da decisão de Mário Centeno, que respeitamos, naturalmente. Há mais pessoas disponíveis, com muita qualidade e capacidade, para enfrentarmos um momento eleitoral muito importante”, disse, em declarações à imprensa, na Assembleia da República.
Pedro Nuno Santos ressalvou, contudo, que “quando ouvimos que a Direita nos tem para oferecer um cidadão militar, sem experiência e atividade na política [almirante Henrique Gouveia e Melo], ou um comentador na SIC Notícias [Luís Marques Mendes], ou o líder da extrema-direita [André Ventura], acho que o espaço do centro-esquerda tem a obrigação de ter um candidato forte para restituir ao país confiança”.
“O PS apoiará uma candidatura, isso é certo desde a minha eleição enquanto secretário-geral. Agora, temos de esperar. Não estamos condicionados, nem presos a nenhuma candidatura em particular. Queremos conhecer, na nossa área política e no nosso partido, quem está disponível. Depois, então, decidiremos em consciência quem é que devemos apoiar”, disse, ao mesmo tempo que indicou que “candidatos ideais não existem, existem candidatos que estão disponíveis para travar este combate nas Presidenciais”.
Vamos esperar para que essas vontades sejam manifestadas do ponto de vista público e, depois, então, o PS tomará a decisãoQuestionado quanto à possibilidade de António José Seguro ser a escolha dos socialistas, Pedro Nuno Santos escusou-se a “partilhar as conversas” que vai tendo, mas reiterou que “há vontades de mais do que uma pessoa para a Presidência da República”.
“Vamos esperar para que essas vontades sejam manifestadas do ponto de vista público e, depois, então, o PS tomará a decisão”, disse.
Saliente-se que Mário Centeno assinalou, durante a Grande Entrevista da RTP3, que não será candidato à Presidência da República, depois de, em novembro, não ter afastado essa possibilidade.
No mesmo mês, o antigo líder do PS, António José Seguro, deu conta de que estava a ponderar entrar na corrida a Belém.
Recorde-se ainda que, na semana passada, o antigo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, considerou que o PS deveria realizar umas primárias abertas para eleger o candidato a apoiar.
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