O Partido Socialista (PS) ainda não decidiu quem apoiará nas eleições Presidenciais do próximo ano, mas as vozes do partido já se começaram a manifestar sobre as eventuais candidaturas que poderão ser apresentadas para o cargo de Presidente da República.
Pedro Nuno Santos disse que precisa de uma "manifestação de vontade". A intenção foi trazida a público no sábado, dia 18 de janeiro, com o secretário-geral socialista a revelar, também, que já falou "com todos os nomes de que se falam como possíveis" candidatos.
"Tenho falado com muitas pessoas, com todos os nomes que se falam como possíveis, para perceber as reais intenções, mas os interessados numa candidatura presidencial têm de manifestar essa vontade e, na minha opinião, quanto mais depressa melhor, porque entretanto o processo foi precipitado", revelou, em declarações aos jornalistas.
Entre as hipóteses que podem estar 'em cima da mesa' no PS, consta o nome do antigo presidente da Assembleia da República (AR), Augusto Santos Silva. Mas o político já garantiu que nunca será candidato às eleições Presidenciais contra uma "eventual candidatura do Dr. António Vitorino".
Na passada sexta-feira, em entrevista ao Jornal 2, da RTP2, Santos Silva aproveitou ainda para enumerar as qualidades de António Vitorino e sublinhou que este "cumpre todos os requisitos necessários para ser um bom candidato a Presidente da República", sublinhando a sua "vasta experiência interna e internacional".
Por outro lado, o ex-presidente da AR 'afastou' António José Seguro da corrida, defendendo: "Não me parece cumprir os requisitos mínimos de uma candidatura que possa ser apoiada pelo Partido Socialista (PS) e por um vasto campo de forças democráticas", tendo-o acusado de ficar "pelas banalidades".
Por sua vez, o eurodeputado socialista Francisco Assis manifestou-se, este domingo, em declarações à Lusa, contra a opinião defendida por Santos Silva e disse não poder "deixar de recriminar o modo como algumas figuras do PS se têm vindo a referir ao antigo secretário-geral do partido António José Seguro".
"Parece estar em curso uma campanha devidamente organizada com um único intuito: impedir uma candidatura presidencial do António José Seguro. É legítimo não apoiar essa eventual candidatura, é inaceitável o modo que está a ser utilizado para a tentar inviabilizar", acusou, enaltecendo que Seguro "é um homem de caráter, condição que deveria ser imprescindível para o exercício de funções públicas".
Quem também já comentou este tema das Presidenciais foi o presidente do Partido Socialista, Carlos César, considerando que a escolha deve recair sobre um "representante que seja de uma área política ampla do Centro e da Esquerda" para o "equilíbrio do quadro institucional".
“É importante que nessa luta no quadro institucional português haja um balanceamento, um equilíbrio e uma pluralidade na composição dos diversos órgãos de soberania e por isso a eleição de um representante que seja de uma área política ampla do Centro e da Esquerda é muito relevante para fazer essa compensação e garantir esse equilíbrio", afirmou, sem avançar nomes, aos jornalistas, em Mação, Santarém, à margem da inauguração da sede de campanha do PS local para as eleições Autárquicas, no sábado.
Questionado sobre se o presidente do PS poderia ser um candidato que venha a ser apoiado pelo PS, Carlos César rejeitou a ideia de uma candidatura a Presidente da República.
"Não, não, não, não sou candidato a isso. Aliás, essa é uma matéria que eu falei há muitos anos, quer com o secretário-geral anterior, quer com o atual secretário-geral. O meu contributo é um contributo, às vezes gosto até de ironizar, como presidente do partido sinto-me um militante de base, embora mais valioso, mas mais nada do que isso", afirmou.
As próximas eleições presidenciais estão agendadas para janeiro do próximo ano. Será a 11.ª vez que os portugueses vão ser chamados a eleger um Presidente em democracia, desde o 25 de Abril de 1974.
As candidaturas presidenciais são apresentadas ao Tribunal Constitucional (TC) até 30 dias antes da data da eleição e têm de ser subscritas por um mínimo de 7.500 e um máximo de 15.000 cidadãos eleitores. Só depois de validadas pelo TC as candidaturas são oficiais.
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