Da IA à "caça às bruxas" (e à Vinted): Arruda explica polémica com malas

O caso que envolve o deputado do Chega Miguel Arruda teve, esta quinta-feira, mais um 'episódio', com o parlamentar a desfiliar-se do partido. Numa entrevista à TVI, Arruda deu ainda explicações sobre uma possível conta na Vinted - a que foi associado -, alegando que não será sua, mas sim da sua esposa.

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© Chega Açores

Notícias ao Minuto
23/01/2025 22:00 ‧ há 3 horas por Notícias ao Minuto

Política

Miguel Arruda

Miguel Arruda, deputado eleito pelo Chega, desfiliou-se do partido e vai manter-se no Parlamento como não inscrito, na sequência da polémica que o associa ao alegado furto de malas em dois aeroportos (em Lisboa e Ponta Delgada) e que terão levado as autoridades a fazer buscas e a constituí-lo como arguido.

 

Miguel Arruda falou, esta quinta-feira, em entrevista à TVI de vários pontos deste caso, nomeadamente, as imagens de videovigilância que o denunciam ou mesmo o destino que as peças de vestuário poderão ter tido.

O deputado disse que já tinha pedido ao Parlamento o levantamento da imunidade parlamentar, por forma a 'acelerar' estes esclarecimentos. "Se há pessoa neste país que quer isto esclarecido sou eu", começou por garantir.

Questionado sobre se tinha efetivamente furtado as malas, Miguel Arruda alegou que transportava malas que "eram suas" entre o continente e o arquipélago dos Açores e que algumas destas estariam vazias quando eram trazidas para o continente, mas seguiram de volta  para a sua mulher e para as suas filhas com algum material, porque há encomendas que em Portugal continental se recebem mais rapidamente. Arruda foi ainda questionado sobre a que tipo de encomenda se referia, esclarecendo: "De vários sites como, por exemplo, Vinted, AliExpress, Shein, Temu".

Vinted para lá, Vinted para cá

Foi esta a primeira vez que a plataforma de venda de roupa em segunda mão foi abordada na entrevista, mas não a última. É que, nas últimas horas, imagens partilhadas nas redes sociais identificavam uma conta - 'miguelarruda84' - como pertencendo ao deputado.

Arruda, que nasceu em 1984, não confirmou ou negou que a conta lhe pertencia, dizendo apenas: "Não sei de que conta está a falar. Talvez. Não sei. Tenho memória de ter criado uma conta para vender umas coisas, não sei se cheguei a vender. Acho que cheguei a comprar mais [do que vendi]", referiu, garantindo que "não fazia negócios" mas se fazia "era de umas camisas da Primark ou lá o que é". "Porque depois eu emagreci, como devem ter visto nos últimos tempos", rematou.

Entretanto, a esposa de Miguel Arruda foi 'chamada' à conversa, já que o parlamentar admitiu que a conta podia ser usada pela mesma: "Penso que tem uma conta na Vinted para se entreter um bocadinho".

Disse ainda que já ouviu 'por aí' várias versões - que vão desde as dezenas às centenas de malas -, mas à TVI referiu que lhe tinham sido apreendidas quatro malas nos Açores e três na sua casa de Lisboa.

Da 'cabala' à IA

Miguel Arruda protegeu-se no facto de o caso estar em segredo de justiça quando questionado sobre se tinha ou não furtado as malas, falando apenas num lapso. "Está tudo em segredo de justiça, não posso falar sobre essa questão. Já disse que foi um lapso [...]. Até trânsito em julgado, estarei inocente. Estamos num Estado de Direito. O tempo da caça às bruxas já acabou", afirmou, garantindo: "Estou inocente, isso posso dizer".

Sobre as imagens de videovigilância que alegadamente mostram Miguel Arruda a furtar as bagagens nos aeroportos, o deputado 'culpa' a tecnologia. "Perante as novas tecnologias, até podem aparecer imagens de Inteligência Artificial a demonstrarem isso", insinuou.

O deputado ainda considerou a possibilidade de esta ser uma 'caça às bruxas'. "Com o desenvolvimento dos tempos e da maneira que me querem crucificar, já cheguei a pensar que isto tem conotações políticas, por andar a atacar certos e determinados interesses que estão instalados nesse país. Quando comecei a atacar esses interesses, fui logo atacado, fui logo silenciado", afirmou, dizendo que não falava de ninguém em particular.

Arruda garantiu durante a entrevista se vai encontrar uma justificação para a situação, "tudo dentro da lei". "Sou uma pessoa que cumpre a lei, sempre cumpri durante toda a minha vida, em que fui militar, inclusive. Não têm nada a apontar-me durante a minha vida toda até este preciso momento que estou a ser crucificado na comunicação social", atirou.

Miguel Arruda, deputado do Chega eleito pelo círculo dos Açores, foi alvo de buscas na terça-feira pela prática de crimes de furto qualificado e contra a propriedade. Segundo a Polícia de Segurança Pública (PSP), é suspeito de ter furtado malas dos tapetes de bagagens das chegadas dos aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada, tendo sido entretanto constituído arguido.

Arruda anunciou hoje que se vai desfiliar do Chega, após se reunir com o líder partidário, André Ventura, que disse ter sido "implacável com ele". Arruda mantém-se como deputado não inscrito.

Leia Também: Ventura diz que foi "implacável" com Arruda: "Haveria consequências"

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