O antigo líder do PSD e conselheiro de Estado Luís Marques Mendes pôs fim à "reflexão" que vinha a fazer nos últimos tempos e, como já era esperado, vai apresentar a sua candidatura a Presidente da República na próxima quinta-feira, 6 de fevereiro, em Fafe, onde viveu uma boa parte da sua vida.
A notícia foi avançada na quinta-feira à noite pelo jornal Expresso e confirmada à Lusa pelo próprio. Marques Mendes fará a sessão pública de apresentação da sua candidatura presidencial no auditório da Misericórdia local, com o nome do seu pai, António Marques Mendes, fundador do PSD no distrito e ex-deputado na Assembleia da República e no Parlamento Europeu.
Com 67 anos, Marques Mendes é militante do PSD desde os 16. Já foi deputado, secretário de Estado, ministro e líder dos sociais-democratas entre 2005 e 2007. Atualmente, é conselheiro de Estado escolhido pelo atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e comentador televisivo na SIC desde 2013, espaço do qual fará a sua despedida já no próximo domingo.
Nos últimos tempos, recorde-se, várias figuras do PSD asseguraram que o partido iria apoiar Marques Mendes caso este decidisse avançar para a corrida a Belém.
Seguro diz que António Vitorino é "claramente o candidato do PS", mas não está fora da corrida
No mesmo dia, o antigo secretário-geral socialista António José Seguro, que tem sido apontado como um dos possíveis candidatos do PS às eleições presidenciais, afirmou que António Vitorino é "claramente o candidato" do partido liderado por Pedro Nuno Santos, numa altura em que o partido apresenta uma "alteração de estratégia". Apesar das certezas de que a direção do PS apoiará Vitorino, Seguro não afastou uma candidatura presidencial.
"A direção nacional do PS, pelas notícias que têm vindo a público, tem claramente um candidato, que é António Vitorino e, portanto, a reunião da comissão nacional do dia 8 ou dirá expressamente que o candidato do PS às eleições presidenciais é António Vitorino ou definirá um perfil que encaixará como uma luva em António Vitorino. Não será uma comissão nacional com nenhuma novidade, é claramente essa a opção do PS", afirmou Seguro, no seu espaço de comentário na CNN Portugal.
Ainda assim, e como já havia declarado anteriormente, o antigo secretário-geral do PS afirmou ser "um homem livre" e que uma candidatura presidencial depende apenas da sua decisão. Dizendo não ser "condicionado por prazos", adiantou que toma uma decisão "até à primavera".
O presidente do PS, Carlos César, já anunciou que o partido vai fazer uma Comissão Nacional no dia 8 de fevereiro para tomar uma decisão sobre presidenciais.
Gouveia e Melo favorito a ganhar Presidenciais contra qualquer candidato
Uma sondagem do Instituto de Ciências Sociais (ICS) e ISCTE para a SIC e Expresso, divulgada na noite de quinta-feira, diz que o almirante Henrique Gouveia e Melo é o favorito da maioria dos eleitores portugueses para vencer as presidenciais contra qualquer um dos candidatos que têm sido referidos e independentemente do cenário.
Segundo a análise, Gouveia e Melo reúne 25% das intenções de voto. Já o líder do Chega, André Ventura, que já anunciou a sua candidatura, surge em segundo lugar, com 16%, e é também o candidato que reúne melhores condições para uma passagem à segunda volta com o almirante.
António José Seguro fica em terceiro lugar, com 15%, mas à frente de Luís Marques Mendes, que não ultrapassa os 13%. Se o candidato apoiado pelo PS for António Vitorino, os socialistas mantêm a terceira posição, mas Vitorino perderá um ponto percentual, ficando com 14%.
Caso o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, participasse nesta 'corrida' eleitoral, seria o candidato socialista a garantir a melhor posição para ir a uma segunda volta com o almirante, com 17%.
As eleições presidenciais vão realizar-se no final de janeiro do próximo ano.
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