Mariana Mortágua vai recandidatar-se à liderança do BE

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, é a primeira promotora da moção de orientação 'A' e vai recandidatar-se à liderança do partido na Convenção Nacional marcada para 31 de maio e 01 de junho, em Lisboa.

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© Getty Images/ Horacio Villalobos

Lusa
03/02/2025 20:26 ‧ há 2 horas por Lusa

Política

Bloco de Esquerda

A bloquista é a primeira promotora da moção de orientação 'Um Bloco para virar o jogo', entregue hoje, e à qual a Lusa teve acesso.

 

Esta recandidatura ocorre num contexto conturbado para o partido, o mais difícil desde que Mariana Mortágua assumiu a coordenação bloquista, devido à polémica sobre os despedimentos no BE, entre 2022 e 2024, que incluem duas mulheres que tinham sido mães recentemente.

O tema não é referido de forma direta no texto da moção, com apenas uma alusão à necessidade de o BE ter uma "cultura organizativa" que deve ser "constituída por procedimentos claros, por dedicação que resista a flutuações conjunturais, por canais próprios de articulação e comunicação interna".

Num contexto marcado pela "ofensiva da direita 'trumpizada'", Mariana Mortágua quer "um partido de combate". Apesar de reconhecer que "a esquerda de combate perdeu expressão eleitoral", a moção realça que este quadrante político "tem uma raiz popular" e reforçou-se nas lutas de trabalhadores, na criação de movimentos pela habitação e antirracistas.

"Essa é a disputa que vai continuar a crescer, a desafiar a oligarquia e a afirmar a liberdade e a democracia a partir da conquista de direitos sociais universais. É a partir daí que procuramos alianças e convergências populares. Só desse modo será possível à esquerda enfrentar o governo da direita, seja este apoiado na extrema-direita ou na anuência ou adaptação do PS", criticam.

O Governo de Luís Montenegro é acusado de "uma radicalização à direita", para concorrer com o Chega, e classificado como "fraco, sujeito ao risco de derrotas parlamentares e com uma equipa frágil para a sua missão maior: a privatização do SNS e da Segurança Social".

Mas na mira do BE está também o PS, que é criticado por ter aprovado o Orçamento de Estado para 2025 para "agradar às grandes empresas com a redução da taxa de IRC e evitar uma antecipação de eleições", e reproduzir "os equívocos da direita sobre os mecanismos de regularização de imigrantes", validando "os termos do discurso xenófobo".

No que toca a eleições autárquicas, o partido mantém o objetivo de apresentar candidaturas alternativas a PS e PSD, à exceção de Lisboa, e nas eleições presidenciais "está disponível para contribuir para uma candidatura de convergência democrática contra a subversão liberal dos direitos constitucionais e de luta pela paz".

A moção estabelece ainda que o partido tem que se preparar para um cenário de eleições legislativas antecipadas.

O texto é subscrito pelos principais dirigentes da direção do partido, que incluem os cinco deputados (Mariana Mortágua, Fabian Figueiredo, Joana Mortágua, Marisa Matias e José Soeiro, que entretanto anunciou a saída do parlamento), dirigentes do núcleo duro como Jorge Costa, Adriano Campos, a eurodeputada e antiga coordenadora Catarina Martins, o ex-líder Francisco Louçã, e fundadores como Fernando Rosas e Luís Fazenda.

De acordo com o regulamento da XIV Convenção Nacional, as listas à Mesa Nacional e à Comissão de Direitos (que ainda não são conhecidas) estão vinculadas à apresentação das moções de orientação, cujo prazo de entrega terminou hoje.

A Mesa Nacional do BE elege de entre os seus membros uma Comissão Política, atualmente coordenada por Mariana Mortágua, tendo em conta a proporcionalidade dos resultados eleitorais das diferentes moções apresentadas à Convenção Nacional, para tarefas de direção, representação e de aplicação das suas deliberações.

Por sua vez, a Comissão Política, órgão que assegura a direção quotidiana do BE, elege um Secretariado Nacional para tarefas de coordenação executiva.

Na última convenção, realizada em 27 e 28 maio de 2023, Mariana Mortágua foi escolhida pelo partido como coordenadora nacional, sucedendo a Catarina Martins que ocupou este cargo durante uma década e é atualmente eurodeputada.

Nessa reunião magna, a lista de Mariana Mortágua conquistou 67 dos 80 lugares na Mesa Nacional do BE, ficando os restantes atribuídos a membros da lista 'E', encabeçada por Pedro Soares -- corrente interna que já anunciou hoje que não vai avançar com uma candidatura na próxima convenção.

[Notícia atualizada às 21h32]

Leia Também: "Bloco enche a boca de direitos laborais e feminismo, mas despede mães"

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