PCP acusa direita e PS de estarem nas mãos da banca

O secretário-geral do PCP acusou hoje a direita e o PS de estarem nas mãos de interesses que mantêm a especulação alta, alegando que não exigem nada à banca nem aos fundos imobiliários para que resolvam a crise da habitação.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
04/02/2025 19:01 ‧ há 3 horas por Lusa

Política

PCP

"O que é que o poder político exige à banca, aos fundos imobiliários, para contribuírem para resolver este drama do acesso à habitação? Nada, zero, nem um cêntimo é-lhes exigido, nem um cêntimo lhes é pedido. Pior, não só não exigem nada, como ainda abrem novas possibilidades de negócio para manter a especulação lá no alto", declarou Paulo Raimundo.

 

Intervindo numa iniciativa designada 'Direito à Habitação', na qual foi montado um púlpito numa das ruas mais movimentadas do Funchal, na Madeira, Paulo Raimundo deu como exemplo a "golpada que constituiu a alteração à lei dos solos" para acusar PS, CDS, Chega, IL e PS de estarem "nas mãos destes interesses que mantêm a especulação lá em cima".

"Destes partidos podemos assistir a muita conversa, até podemos assistir a muita gritaria, podemos e vamos ser inundados com a sua propaganda, com as suas lágrimas de crocodilo, com a sua chuva de promessas, mas daí nunca virá, como nunca veio até hoje, uma única medida que seja que belisque [...] os interesses daqueles que se acham donos disto tudo e donos da Madeira", disse.

O dirigente comunista acrescentou que aquelas forças políticas nunca vão "pôr a banca com os seus lucros a suportar o aumento das taxas de juro e a suportar as dramáticas prestações", nem acabar com os vistos 'gold' para residentes não habituais.

"Desses partidos nunca veio nem virá a contenção das rendas, o fim da especulação, a aposta na habitação pública, que é aquilo que é necessário. Nunca veio nem virá travar o aumento do custo de vida", salientou.

"Nunca virá o fim da precariedade, o aumento dos salários, a consagração dos direitos das crianças, a valorização de quem trabalha e a dignidade daqueles que trabalharam uma vida inteira, puseram a região a funcionar, puseram o país a funcionar e têm direito a uma reforma com dignidade para viverem o resto dos seus dias com dignidade", apontou.

Paulo Raimundo desafiou também todos aqueles "que hoje se põem em bicos de pés" para se apresentarem às eleições presidenciais do próximo ano a clarificarem como é que "vão cumprir e fazer cumprir a Constituição e o seu artigo 65" que prevê uma habitação digna para todos.

"Porque a lei, a Constituição é para cumprir e fazer cumprir. Não é para fazer esquecer uns artigos nem ter leituras criativas de outros", vincou.

O secretário-geral do PCP defendeu, por outro lado, que "faltaram adultos na sala" da Assembleia Legislativa Regional e que as eleições regionais antecipadas, agendadas para 23 de março, serão "uma grande oportunidade para o povo da região" exigir respostas ao nível do trabalho digno, da habitação, dos salários e dos transportes.

O comunista antecipou que "uns vão-se vitimizar, outro vão vender as promessas eleitorais habituais, outros vão gritar muito para se tentarem fazer ouvir", enquanto a CDU ficará "no meio de toda esta encenação".

"Aqui está a CDU para recolocar na Assembleia Legislativa Regional os problemas, a vida, a realidade, mas também as soluções para resolver os problemas da maioria daqueles que cá vivem e cá trabalham", prometeu.

O objetivo da coligação que junta PCP e PEV é voltar a ter a representação parlamentar que perdeu nas últimas eleições legislativas regionais, em maio do ano passado, afirmou aos jornalistas após a sua declaração política.

Sobre se vai apresentar um candidato às eleições presidenciais, Paulo Raimundo remeteu para mais tarde, defendendo que esse sufrágio não está neste momento entre as principais preocupações dos cidadãos.

Leia Também: PCP destaca resistência ao fascismo de Maria Teresa Horta

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