"Esta lista foi elaborada com base em cinco grandes critérios: experiência, competência, renovação, representatividade concelhia e os resultados das últimas eleições", disse José Manuel Rodrigues, sublinhando que a média de idade dos candidatos é de 42 anos e cumpre a paridade.
O líder democrata-cristão madeirense, que falava no âmbito da reunião do conselho regional do partido, que decorreu no Funchal, afirmou que o CDS-PP vai às eleições legislativas antecipadas com "noção do dever cumprido" e oferecendo aos eleitores "responsabilidade, segurança, confiança e esperança".
Na lista, seguem-se Sara Madalena, Luís Miguel Rosa, Gabriel Faria, Graça Pita.
"O CDS não desejou estas eleições, as terceiras no espaço de um ano e meio, e tudo fez para manter a estabilidade política na Madeira", disse, para logo acrescentar: "Infelizmente, a incapacidade do PSD para resolver os seus problemas internos e judiciais e a irresponsabilidade dos partidos da oposição, levou ao chumbo do Orçamento para 2025 e conduziu à queda do Governo Regional."
O Governo Regional minoritário do PSD foi derrubado em 17 de dezembro de 2024 com a aprovação da moção de censura apresentada pelo Chega, que a justificou com as diferentes investigações judiciais envolvendo o chefe do executivo, Miguel Albuquerque, e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos. Entretanto, o inquérito de um deles -- Eduardo Jesus, secretário de Economia, Turismo e Cultura - foi arquivado pelo Ministério Público.
A aprovação da moção de censura, inédita no arquipélago, implicou, segundo o respetivo o Estatuto Político-Administrativo, a demissão do Governo Regional, constituído em 06 de junho do mesmo ano, que permanecerá em funções até à posse do novo executivo.
Face a esta situação política, e depois de convocar o Conselho de Estado, em 17 de janeiro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou a decisão de dissolver o parlamento madeirense e convocar novas eleições regionais antecipadas em 23 de março -- o terceiro sufrágio em cerca de um ano e meio.
Hoje, o líder democrata-cristão madeirense considerou que o CDS foi "o único partido que se revelou um referencial de estabilidade", bem como "o único a demonstrar sentido de responsabilidade e a pôr os interesses regionais à frente dos seus interesses partidários".
Após as eleições de maio do ano passado, os centristas assinaram um acordo de incidência parlamentar com o PSD, mas os dois partidos não conseguiram assegurar a maioria absoluta, pois somam 21 deputados, num universo de 47.
O acordo permitiu, no entanto, que a presidência da Assembleia Legislativa regional fosse assumida por José Manuel Rodrigues.
O cabeça de lista democrata-cristão frisou que, após as eleições, o CDS-PP será "parte da solução e não do problema", vincando que "saberá unir em vez de dividir" e que "quer somar em vez de diminuir", mas não especificou se está disponível para acordos com outras forças políticas.
O parlamento da Madeira é constituído por 47 deputados, sendo atualmente 19 do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP, um da IL e um do PAN.
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