A líder parlamentar do Partido Socialista (PS), Alexandra Leitão, admitiu estar "preocupada", na CNN Portugal, na noite de domingo, com casos como a operação Tutti Frutti, que demorou oito anos a desenvolver-se e tem 60 arguidos, uma vez que exacerbam o "populismo antidemocrático".
A também candidata do PS à Câmara Municipal de Lisboa, nas eleições autárquicas deste ano, considera que casos como este são "complexos" e merecem uma "análise rigorosa", por isso, é normal que demorem algum tempo a terem desenvolvimentos.
"Por exemplo, no caso Tutti Frutti há muitas situações diferentes. Há crimes diferentes, há pessoas que foram acusadas de praticar crimes no exercício das funções onde estão. Há pessoas que foram acusadas de crimes no exercício de funções em que já não estão. Tudo isto são situações diferentes quer para efeitos da sua análise, quer para efeitos das consequências na vida pessoal dessas pessoas e também acho importante que essa análise rigorosa se faça porque estas situações são complexas e devem ser tratadas como tal. E, portanto, na verdade, essas situações preocupam-me. São situações que trazem ao de cima, naturalmente, exacerbam um populismo antidemocrático que, obviamente, nos conduzirá, inexoravelmente, a uma situação muito pior, por pior que ela seja hoje, sem democracia será muito pior", atirou Alexandra Leitão.
No Princípio da Incerteza, ontem na @cnnportugal , sublinhei a importância de se fazer uma análise diferenciada e caso a caso, em situações complexas como a da operação Tutti-Frutti. A forma como se tratam estes temas tem impacto na vida das pessoas e influencia o clima político… pic.twitter.com/m8V9Yu9rfg
— Alexandra Leitão (@Alexandrarfl) February 10, 2025
Recorde-se que a operação Tutti-Frutti investigou desde 2018 alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos, estando em causa suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.
A investigação arrastou-se durante uma década, alegadamente por falta de meios, mas também porque se tratava de um processo de grande complexidade.
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