Num comunicado assinado pelo presidente do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, e pelo seu secretário-geral, Paulo Estêvão, o partido afirma que, "até ao momento, não foi provada a existência de qualquer irregularidade por parte do primeiro-ministro", Luís Montenegro.
"Nesse sentido, o PPM manifesta total solidariedade política com o primeiro-ministro. Confia na sua honestidade e integridade. Confia na sua ação política", lê-se.
Prometendo "manter-se ao lado da coligação e do Governo da República", o PPM apela ainda ao "sentido de responsabilidade de todos, para evitar uma crise política por motivos fúteis, sem que exista nenhuma situação política ou de justiça que justifique a irresponsabilidade política de lançar o país para uma crise política, que poderá acarretar graves consequências económicas para o país".
No sábado à noite, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, admitiu avançar com uma moção de confiança ao Governo se os partidos da oposição não esclarecessem se consideram que o executivo "dispõe de condições para continuar a executar" o seu programa, após ter sido noticiado que a Spinumviva, empresa detida pela sua mulher e filhos, recebe uma avença mensal de 4.500 euros do grupo Solverde.
Pouco depois, o PCP anunciou que vai apresentar uma moção de censura ao Governo, defendendo que "não está em condições de responder aos problemas" de Portugal e "não merece confiança", mas sim censura.
Esta iniciativa do PCP está condenada ao chumbo na Assembleia da República, tendo em conta que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, anunciou no sábado à noite que votaria contra.
Depois das declarações dos partidos, o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse que, caso a moção de censura anunciada pelo PCP seja rejeitada no parlamento, "não há uma justificação" para o Governo apresentar uma moção de confiança.
Em entrevista à RTP3, Miranda Sarmento afirmou que a rejeição de "duas moções de censura" significa que o "parlamento entende que o Governo pode continuar a governar e, nesse sentido, não há uma justificação para uma moção de confiança".
"O PCP acabou de anunciar que apresentará uma moção de censura. Aparentemente, será rejeitada porque o secretário-geral do PS acabou de dizer que votará contra, portanto o parlamento volta, 15 dias depois, a reafirmar que o Governo tem as condições necessárias para governar", sustentou o ministro.
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