"Não há nenhumas condições" para validar moção de confiança do Governo

O presidente do Chega afirmou hoje que "não há nenhumas condições" para validar a moção de confiança ao Governo, e rejeitou poder vir a dar apoio a qualquer futuro executivo liderado por Luís Montenegro.

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Lusa
09/03/2025 17:35 ‧ há 8 horas por Lusa

Política

André Ventura

"Amanhã convocarei a direção do partido e todos os órgãos distritais para transmitir o que me parece consensual no Chega: não há nenhumas condições, perante as suspeitas que recaem sobre o primeiro-ministro de enriquecimento do próprio, para que o Chega vote favoravelmente a moção de confiança", afirmou André Ventura, em conferência de imprensa na sede do partido.

 

Questionado se o partido pondera abster-se, respondeu negativamente: "Abster-nos seria outra fora de viabilizar."

Ventura assegura que, ainda que haja eleições, o Chega proporá sempre uma comissão parlamentar de inquérito sobre o tema na próxima legislatura, mesmo que o PS recue.

Questionado se admite viabilizar o programa de Governo de um futuro executivo liderado por Luís Montenegro, Ventura respondeu: "Não, Luís Montenegro não tem nenhumas condições de ter qualquer apoio da parte do Chega a uma maioria."

Na conferência de imprensa, o líder do Chega frisou que a responsabilidade por eventuais eleições é "exclusiva do Governo" que apresenta a moção de confiança, avisou Montenegro que "não é Cavaco" Silva, cujo executivo minoritário em 1987 caiu "não por suspeitas de que tivesse avenças".

"Não podemos permitir novos Sócrates na política portuguesa, porque já tivemos uma vez, e qualquer partido que o permita está a cometer um grave erro", afirmou.

André Ventura criticou as declarações de sábado do primeiro-ministro e de hoje do dirigente do PSD e ministro Miguel Pinto Luz, acusando-os de "enorme falta de senso político" por tentarem atribuir ao PS e ao Chega responsabilidades por uma eventual crise política.

"O Governo só mostra até que ponto não compreendeu ao dia de hoje a gravidade da situação que envolve o sr. Primeiro-ministro, a gravidade da situação que envolve o próprio partido e como o partido se autoprotegeu para evitar dar explicações sobre suspeitas graves sobre o seu próprio líder", acusou.

Para o presidente do Chega, não é "nenhum estilo mais demagógico ou populista que atirará o país para eleições", mas a ausência "reiterada, consciente, planeada de um primeiro-ministro que, em vez de dar explicações, prefere atirar todos para uma crise política".

"O país não está na lama por causa da oposição, o país está na lama porque o primeiro-ministro, com a sua conduta pessoal e política, se enredou na lama e dela não quer sair", insistiu.

Ventura rejeitou acusações de perseguição à vida pessoal do primeiro-ministro, dizendo que "ninguém sabia que Luís Montenegro era empresário" nem "sabia ou tinha noção do enriquecimento súbito do primeiro-ministro".

"Todos querem transparência e seriedade, mas quando chega a eles e quando chega ao seu próprio escrutínio, o melhor é fazer à venezuelana e enviar tudo para eleições a ver se a coisa se resolve. É o grau zero da política. São estas pessoas que estão a destruir as instituições", acusou.

"Nós não nos deixamos atemorizar por eleições, nós não nos deixamos condicionar, nem amedrontar com ameaças políticas", alertou.

Questionado se teme que os portugueses possam responsabilizar e penalizar a oposição em futuras eleições, disse acreditar que os eleitores irão "sancionar a conduta" de Luís Montenegro e dar um sinal nas urnas.

"Se não o derem, a nossa democracia está a atravessar períodos muito complexos (...) Os eleitores têm que questionar que tipo de democracia querem, porque as maiorias absolutas não resolvem a corrupção", afirmou, defendendo que antes de exigir um Governo estável é preciso pedir "um governo transparente".

O Parlamento debate na próxima terça-feira às 15h00 uma moção de confiança apresentada pelo Governo minoritário PSD/CDS-PP, que tem chumbo anunciado, já que PS e Chega não a viabilizarão.

A rejeição de um voto de confiança implica a demissão do Governo. O Presidente da República, face a este cenário, já antecipou que as datas possíveis para realizar legislativas antecipadas o mais breve possível são em 11 ou 18 de maio.

[Notícia atualizada às 17h55]

Leia Também: De Montenegro a Pedro Nuno, as frases que marcam a crise política

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