Catarina Martins defendeu, esta terça-feira, na rede social X, que Luís Montenegro está a "vitimizar-se" em busca da maioria absoluta nas putativas eleições antecipadas e que a Esquerda deve ter cuidado para "não entrar no jogo" do líder do Governo.
"O primeiro-ministro vitimiza-se, esperando reforçar-se. E espera criar tanta confusão que ninguém perceba, afinal, o que está em causa. A Esquerda não deve entrar no jogo, nem desistir de debater propostas para o país", afirmou a eurodeputada bloquista.
No mesmo tweet, Catarina Martins partilhou um pequeno excerto do programa 'Linhas Vermelhas', da SIC Notícias, onde faz comentário político junto com Cecília Meireles, do CDS-PP, à segunda-feira.
No vídeo é possível ver a ex-líder do Bloco de Esquerda (BE) a defender o que, mais tarde, reiterou nas redes sociais.
"Eu acho que Luís Montenegro está convencido que a vitimização que está a fazer neste momento pode permitir-lhe ir a eleições e vir das eleições com uma maioria mais confortável. Está a pensar em casos em que isso aconteceu. Veja-se António Costa, Cavaco Silva, há mais anos", lembrou, acrescentando que o primeiro-ministro "sabe que o facto de ter um governo minoritário tem sido um problema", por exemplo, "na lei dos solos" e no plano de emergência para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Ou seja, "uma série de coisas que foram denunciadas até agora, atrasaram algumas das coisas que o PSD queria fazer e, portanto, o Luís Montenegro, julgo eu, está a ler, face à doutrina do Presidente da República, uma manobra de grande vitimização, provocando eleições, pode, eventualmente, dar-lhe um resultado mais favorável".
Apesar de Catarina Martins crer que "isso não esteja escrito", acha "lamentável" que, para "resolver um problema pessoal", o primeiro-ministro "decida mandar o país para eleições".
Recorde-se que os partidos votam, esta terça-feira, na moção de confiança do Governo, depois de vários 'casos e casinhos' relacionados com Luís Montenegro e as empresas da mulher e filhos.
Se os partidos mantiverem o que têm dito até agora, a moção de confiança será chumbada e o Executivo da Aliança Democrática (AD) cai, obrigando o país a ir, novamente, a eleições antecipadas.
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