"Veremos se PS se coliga com extrema-direita" para derrubar Executivo

O primeiro-ministro insistiu hoje que o PS tem "a posição decisiva" no futuro do país, estranhando que os socialistas em Portugal se possam coligar com a extrema-direita do Chega "para derrubar um Governo democrático".

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Lusa
11/03/2025 15:18 ‧ ontem por Lusa

Política

Governo

"A votação de hoje definirá o rumo político do país, a posição do PS é decisiva e definirá se vamos ou não ter eleições", afirmou Luís Montenegro, na abertura do debate da moção de confiança do Governo, que deverá ser chumbada pelo parlamento e ditar a demissão do executivo minoritário PSD/CDS-PP.

 

O primeiro-ministro invocou o exemplo alemão, em que os socialistas vão coligar-se com os conservadores para formar "um Governo democrático" de modo a evitar a extrema-direita.

"Veremos se em Portugal os socialistas se coligam com a extrema-direita para derrubar um Governo democrático", afirmou.

Montenegro disse não se surpreender com a postura do Chega, acusando o partido liderado por André Ventura de "tudo fazer para desviar as atenções dos seus próprios problemas".

"Do seu líder conhecemos o estilo, dispara primeiro e pergunta depois, por isso nunca acerta (...) Hoje arrisca-se a ficar na história por se unir à esquerda para deitar abaixo um Governo de centro-direita", acusou.

O primeiro-ministro afirmou, pelo contrário, que o choca e lamenta profundamente a postura do PS, que considera não ser "digna da história desse partido nem de uma relação leal entre os grandes partidos portugueses".

"Não resistiu a fomentar a desconfiança, a especulação, a insinuação e até a acusação. Se o PS quisesse mesmo escrutínio, tinha apresentado um requerimento com as suas perguntas. Não o fez", afirmou, acusando os socialistas de querem manter "a suspeição em lume brando".

Em concreto, Montenegro criticou que Pedro Nuno Santos tenha dito que "primeiro-ministro exerceu a sua função avençado por empresas" e o tenha acusado de ter criado "uma empresa para receber avenças" depois de eleito e empossado primeiro-ministro.

"É mentira. O sr. deputado Pedro Nuno Santos mentiu e, se tem ética, tem hoje uma oportunidade de pedir desculpa por isso", apelou.

Montenegro fez ainda um balanço de onze meses de governação, defendendo que o Governo garantiu a estabilidade política e social e consolidou a estabilidade económica e financeira.

O primeiro-ministro apontou medidas na área da economia, da fiscalidade, da habitação e até da imigração, área em que defendeu que o atual Governo "acabou com a bagunça".

"Com humildade, mas sem falsa modéstia, lembramos que há um ano encontrámos um Estado Social em colapso e constatamos que hoje temos um país estabilizado e pacificado com uma performance reconhecida internacionalmente. Está mesmo em curso uma transformação em Portugal", defendeu.

Além de todos os ministros na bancada do Governo também assistiram ao debate alguns secretários de Estado do XXIV Governo Constitucional na galeria habitualmente reservada aos antigos Presidentes da República nas sessões solenes.

Na bancada do PSD, alguns deputados tiraram fotografias ou filmaram com os telemóveis a intervenção inicial do primeiro-ministro, que pode ser a última no parlamento antes da demissão do Governo, a confirmar-se o chumbo a moção de confiança.

A atual crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, - e que passou na semana passada apenas para os filhos de ambos - levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.

Seguiram-se semanas de notícias -- incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva -, duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e o anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito.

[Notícia atualizada às 16h00]

Leia Também: "O primeiro-ministro vitimiza-se, esperando reforçar-se"

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