O cabeça de lista do PS, Paulo Cafofo, está nas ruas do Funchal esta sexta-feira, o último dia da campanha para as eleições regionais antecipadas - que terão lugar no próximo domingo - e respondeu às declarações de Miguel Albuquerque - que referiu ser necessário acabar com a 'partidarite' na Madeira. Asseverou que "quem tem mais partidarite é o PSD, porque mistura sempre aquilo que é o PSD com o partido".
"Aliás", considerou, "veja-se que mistura-se os funcionários públicos que são funcionários de serviços à população e que, na verdade, estão, muitas vezes, subjugados ao partido".
Em declarações aos jornalistas no local, Cafôfo vincou ser "preciso acabar com este clima de medo que alimenta este partido - que é o PSD - como forma de sobrevivência política".
"E acabar com isto significa que temos de dar oportunidade ao Partido Socialista. Dar oportunidade ao Partido Socialista para construir um governo e uma solução duradora. E uma solução duradoura só pode acontecer com o PS", vincou ainda.
Na mesma ocasião, o também presidente do PS/Madeira apontou ainda aos eleitores descontentes: "Quem está descontente pode não querer votar ou estar indeciso em quem votar. Por isso, é fundamental que os descontentes - aqueles que acham que a Madeira não pode continuar igual... para não continuar igual há que fazer diferente".
"O apelo que faço é que nos deem uma oportunidade", uma vez que, para Paulo Cafôfo, "é a hora de convergir o voto no Partido Socialista".
Recorde-se que mais de 255 mil eleitores estão inscritos para votar, de acordo com os dados do recenseamento da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.
Por ordem do boletim de voto, CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS são as forças políticas a concorrer no círculo eleitoral único do arquipélago.
O PSD tem atualmente 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS dois. PAN e IL têm um assento e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) - e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
Albuquerque, sucessor de Alberto João Jardim, governa desde 2015, quando conseguiu garantir pela única vez uma maioria absoluta (24 assentos) apenas com os resultados eleitorais.
Em 2019, para garantir essa meta detida pelos sociais-democratas desde 1976 foi necessário formar um governo de coligação com o CDS e nas regionais seguintes, em 2023, com os dois partidos a concorrer juntos, só um acordo de incidência parlamentar com o PAN permitiu segurar a vantagem.
Foi a retirada de confiança política do PAN que levou Albuquerque a demitir-se, no início de 2024, após ser conhecida a sua condição de arguido num processo sobre corrupção. Em maio, ganhou novamente, mas nem um acordo com o CDS foi suficiente para a maioria absoluta.
Nas legislativas regionais, o representante da República, cargo ocupado por Ireneu Barreto, convida uma força política a formar governo em função dos resultados (que têm de ser publicados), após a auscultação dos partidos com assento parlamentar.
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