"Nós estamos confiantes, confiantes pelo trabalho que eu fiz como presidente da Assembleia [cargo que ocupa desde 2019], confiantes pelo trabalho que foi feito pelos dois secretários regionais quando fomos governo [em coligação com o PSD entre 2019 e 2023]", declarou.
O candidato democrata-cristão, que falava no âmbito de uma ação de campanha no centro do Funchal, focada no contacto direto com a população, sublinhou estar também confiante porque o partido contribuiu para a "estabilidade da Madeira" e não para a "balbúrdia que depois se assistiu com a moção de censura e com o chumbo do Orçamento e Plano".
"As sondagens em Portugal nunca são favoráveis ao CDS e é por isso que o CDS diz sempre, repetindo até à exaustão, que a verdadeira sondagem é o dia da eleição", disse, mostrando-se seguro no reforço da votação, embora os estudos de opinião divulgados esta semana pelos matutinos regionais JM e Diário de Notícias da Madeira apontem no sentido contrário.
José Manuel Rodrigues afirmou que o partido "deu o tudo por tudo" durante a campanha para acentuar o seu "sentido de responsabilidade" face à crise política, que decorre da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega, que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional minoritário do PSD, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque.
"Como eu sempre disse, o PSD foi incapaz de gerir os seus problemas judiciais, de resolver os seus problemas internos e de ter capacidade negocial com os outros partidos políticos", disse José Manuel Rodrigues, também líder regional do CDS-PP, partido que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas após as eleições antecipadas de 26 de maio de 2024.
O cabeça de lista democrata-cristão criticou também a oposição, nomeadamente as forças de esquerda, por se terem unido à extrema-direita, chumbando o Orçamento da região para 2025 e aprovando a moção de censura.
"É por isso que o CDS foi o único partido que em toda esta crise política teve sentido de responsabilidade e eu acho que esse sentido de responsabilidade vai ser reconhecido no próximo domingo", afirmou.
José Manuel Rodrigues destacou, por outro lado, as propostas e soluções do partido para uma "melhor redistribuição da riqueza na Madeira" e alertou para o empobrecimento da classe média, a falta de oportunidades para os jovens e as carências no apoio aos idosos.
"O Produto Interno Bruto [regional] e economia têm vindo a crescer, mas isso não tem tido reflexos na vida das pessoas e é preciso que o tenha", avisou.
O CDS-PP defende também a reforma do sistema político, introduzindo "mais ética e transparência" com uma nova lei de incompatibilidades e um registo de interesses para todos os titulares de cargos públicos.
O candidato disse, por outro lado, que só falará acerca de eventuais coligações após as eleições, mas reiterou que o partido "está disposto a dialogar com todos" e a estabelecer entendimentos que "respeitem os princípios democratas-cristãos do CDS" e contemplem as suas propostas.
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
Atualmente, o parlamento regional é composto por 19 deputados do PSD, 11 do PS, nove do JPP, três do Chega e dois do CDS-PP. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
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