"Sobre os nossos resultados. Ficámos aquém das expectativas, embora tenhamos subido o número de votos em relação às eleições anteriores. Tivemos mais cento e tal votos. O nosso objetivo era atingir pelo menos os 1.000/1.500 votos. Não fomos além dos 576, mas conseguimos subir o número de votação em relação à eleição anterior. No ano passado tivemos 465, este ano 576, portanto continuamos a subir na intenção de voto", disse Paulo Brito à agência Lusa.
Ainda que agora um pouco desiludido, o candidato sublinhou que o resultado mostra uma evolução positiva desde que está à frente do PPM/Madeira.
"Em 2020 não ia além dos 95 votos, atualmente estamos nos 576. Temos vindo a subir desde que peguei no partido. Ficámos um bocadinho desiludidos porque nas eleições anteriores praticamente não tínhamos orçamento. Desta vez, com um orçamento de 10 mil euros, andámos em contacto porta a porta e fomos acarinhados pelas pessoas que vinham ter com a gente. Perguntavam pelo nosso programa e sobre as nossas medidas", contou.
O cabeça de lista agradeceu aos madeirenses que confiaram o seu voto no PPM e deu os parabéns ao social-democrata Miguel Albuquerque -- presidente do executivo desde 2015 -- por ter vencido novamente.
"Em relação à vitória de Miguel Albuquerque, as conclusões a que nós pudemos chegar é que havia aí, segundo o que consta, negociações para uma coligação com o JPP e PS, mas os madeirenses deram uma mostra de que não querem ser governados pelo socialismo e concentraram os votos todos no PSD", disse.
O coordenador regional do PPM na Madeira acrescentou que, apesar dos resultados, não vai baixar a cabeça porque um "guerreiro não desiste da guerra por causa de uma batalha".
"Temos já daqui a um mês e meio, dois meses, as próximas eleições legislativas [nacionais] e estamos cá para apresentar uma candidatura", adiantou.
O PPM concorreu pela primeira vez com uma lista própria numas regionais na Madeira e pretendia "constituir um grupo parlamentar" e combater o "caos político" na região.
Em 2015, o partido concorreu nas regionais integrando o projeto denominado Plataforma de Cidadãos, em conjunto com o Partido Democrático do Atlântico (PDA, entretanto extinto), que obteve 903 votos (0,71%), num universo de 127.539 votantes, sem conseguir eleger qualquer deputado.
O PSD venceu as eleições legislativas regionais antecipadas da Madeira de domingo, falhando por um deputado a maioria absoluta, de acordo com os dados oficiais provisórios, que indicam que o JPP se tornou o principal partido da oposição, deixando para trás o PS.
Segundo informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os sociais-democratas obtiveram 43,43% dos votos (62.085 votos) e 23 lugares na Assembleia Legislativa Regional, constituída por um total de 47 deputados.
O JPP alcançou 21,05% dos votos (30.094 votos) e 11 mandatos no parlamento regional, enquanto o PS teve 15,64% (22.355) e oito lugares na Assembleia Legislativa Regional, seguindo-se o Chega, que elegeu três deputados, a IL e o CDS-PP, que obtiveram um cada.
Para conseguir a maioria absoluta, o PSD precisa de mais um deputado, o que pode conseguir ao negociar com o CDS-PP, seu anterior parceiro de governo e com o qual firmou um acordo parlamentar na legislatura que agora termina.
Ao círculo eleitoral único do arquipélago, com 47 assentos parlamentares, concorrem 14 listas: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorreram 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive Albuquerque -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
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