Ministros a liderar e PPM de fora. O que saiu das reuniões de PSD e CDS?

O Conselho Nacional do PSD reuniu-se na noite de quarta-feira e foram revelados os cabeças de lista do partido, que incluem onze ministros. Foi também aprovada a recandidatura de Luís Montenegro a primeiro-ministro, numa coligação que já não contará com o PPM.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
27/03/2025 08:33 ‧ há 3 dias por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

PSD

O Conselho Nacional do Partido Social Democrata (PSD) e o do CDS-PP reuniram-se, em separado, durante a noite de quarta-feira, para discutir as eleições legislativas antecipadas, marcadas para 18 de maio. À margem do encontro dos sociais-democratas foram revelados os cabeças de lista do partido, que incluem onze ministros e, tendo sido aprovada a recandidatura de Luís Montenegro a primeiro-ministro, numa coligação que já não contará com o PPM.

 

Ministros a liderar listas e Montenegro primeiro-ministro

Logo na abertura do Conselho Nacional, foi realizada a votação para a designação do candidato do partido a primeiro-ministro. O nome de Luís Montenegro foi aprovado sem abstenções e sem votos contra. 

Foram também divulgados os cabeças de lista pelo PSD às Legislativas, com o recandidato a primeiro-ministro, Luís Montenegro, a ser o número um pelo círculo de Aveiro. Além de Montenegro, a lista conta com onze dos 17 ministros do atual Governo e com o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, que voltará a encabeçar a lista do PSD em Viana do Castelo. 

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, será número um pelo Porto, e o das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, por Lisboa. Já a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, vai encabeçar a lista de Vila Real; o da Educação, Fernando Alexandre, a de Santarém; o da Economia, Pedro Reis, a de Castelo Branco; o da Agricultura, José Manuel Fernandes, a da Europa, e a do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, a de Faro.

A ministra da Juventude, Margarida Balseiro Lopes, será cabeça de lista por Leiria e o ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, por Portalegre. O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, por sua vez, irá ser o número dois por Lisboa

Assim, apenas ficaram de fora das listas o ministro Pedro Duarte - que deverá ser candidato à Câmara do Porto -, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, a do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, e a da Cultura, Dalila Rodrigues.

Na sua intervenção de abertura no Conselho Nacional do PSD, Luís Montenegro justificou que o partido mobilizou os "melhores" para explicar o que o Governo fez e pretende continuar a fazer.

"Mobilizámos para este combate o melhor que temos na nossa estrutura e o melhor que temos na nossa estrutura está muito no nosso Governo. Se há coisa que nós vamos fazer nesta campanha eleitoral é prestar contas do que fizemos e é explicar o que vamos fazer. E nada melhor que os protagonistas que fizeram e que, se espera, continuem a fazer para poder explicar isso às pessoas", defendeu Luís Montenegro.

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Montenegro justifica ministros em listas dizendo que "mobilizou o melhor"

O presidente do PSD defendeu hoje que mobilizou para as próximas legislativas os melhores para explicar o que o Governo fez e pretende continuar a fazer, justificando a inclusão da maioria dos ministros nas litas de candidatos a deputados.

Lusa | 23:22 - 26/03/2025

AD (mas sem PPM)?

Além disso, o presidente do PSD anunciou que iria propor ao Conselho Nacional uma coligação pré-eleitoral com o CDS-PP, sem referir o PPM. Posteriormente, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, explicou que o PPM ficou de fora da coligação pré-eleitoral para as próximas legislativas por "não ter sido possível" chegar a acordo em matéria de lugares.

"O PPM não integra a coligação do ponto de vista do continente porque não foi possível chegar a acordo com o PPM relativamente à questão dos lugares (...) Não julgo que devamos pôr em causa um projeto político por questões de lugares nas listas e, portanto, a questão ficou resolvida", afirmou, acrescentando que nos "próximos dias" será divulgado o nome da "coligação que vai ser registada".

O CDS-PP aprovou também uma proposta que prevê que o partido concorra às legislativas coligado com o PSD nos círculos do continente, Madeira e emigração e que o PPM se junte apenas nos Açores.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião, o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, afirmou que o partido "tem um acordo com o PSD para uma coligação que se designa Aliança Democrática, tal qual sucedeu nas últimas eleições legislativas e que vai a votos de forma totalmente legal", e disse acreditar que não há "nenhum problema" em manter o nome da coligação que concorreu no ano passado.

Em 2024, recorde-se, PSD, CDS-PP e PPM fizeram uma coligação pré-eleitoral, a Aliança Democrática (AD), que venceu as legislativas de 10 de março, por uma diferença de 50 mil votos sobre o PS.

Sigla pode ou não ser utilizada?

Apesar de o PSD defender que do "ponto de vista jurídico, formal, constitucional não há nenhum problema" em utilizar a nomenclatura AD na coligação PSD/CDS-PP, o líder do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, já veio afirmar que a sigla não pode ser usada.

"Não tendo sido possível chegar a um acordo, o PPM considera que a marca eleitoral 'Aliança Democrática' só deve ser adotada pelos três partidos quando os mesmos concorrerem em conjunto. Sem a nossa participação, a coligação entre o PSD e o CDS-PP terá de adotar outra designação, como já se fez no passado. Trata-se de uma questão política e ética inultrapassável para nós", salientou o coletivo, num comunicado enviado às redações.    

AD?

AD? "Coligação entre PSD e CDS terá de adotar outra designação", diz PPM

O partido alertou que "a AD é também um património político do PPM".

Notícias ao Minuto com Lusa | 23:23 - 26/03/2025

Quando questionado pela Lusa sobre que lugares estavam a ser negociados e porventura seriam aceitáveis para o partido se manter na coligação sob a condição de que garantissem um lugar no parlamento, o líder dos monárquicos frisou que teria que ser o 14.º lugar nas listas por Lisboa, porque "a partir daí seria um risco".

Recorde-se que a crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, - e que entretanto passou apenas para os filhos de ambos - levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.

Depois de mais de duas semanas de notícias - incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva - de duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e do anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito, o primeiro-ministro anunciou a 5 de março a apresentação de uma moção de confiança ao Governo.

O texto foi rejeitado com os votos contra do PS, Chega, BE, PCP, Livre e deputada única do PAN, Inês Sousa Real. A favor estiveram o PSD, CDS-PP e a Iniciativa Liberal.

O chumbo da moção de confiança levou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a dissolver a Assembleia da República e a convocar eleições legislativas para 18 de maio.

Leia Também: 80% dos atuais deputados do PSD são recandidatos em lugar elegível

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