A candidata do Partido Socialista (PS) à Câmara Municipal de Lisboa (CML), Alexandra Leitão, admitiu a possibilidade de vir a referendar questões relacionadas com o trânsito na capital, melhorar o plano de drenagem que já está em funcionamento e retomar programas para a habitação já elaborados - e novos.
Numa entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, a socialista vincou que não é "grande defensora do referendo a nível nacional", pois defende com 'mais força' a democracia representativa do que a democracia direta. "Mas a nível local tem outras virtualidades, é uma coisa de proximidade perguntar: 'Quer esta rua cortada ao trânsito ou não?' Se houver situações em que se justifica ouvir as pessoas por lógicas de proximidade, admito claramente", explicou.
Quanto ao plano de drenagem que está a ser levado a cabo pela autarquia, Alexandra Leitão apontou que a governação da capital tem "muitos aspetos de uma enorme complexidade" e que estão relacionados com engenharia e arquitetura. Quanto a estes, Alexandra Leitão disse que são dossiers que precisará "estudar a fundo quando tiver acesso a eles." Não se comprometendo com nenhuma 'medida', a candidata do PS referiu que terá de ver aquilo que pode ser melhorado e que a suspensão de uma obra desta dimensão é "complicado e terá os seus custos."
Nós identificámos 17 edifícios com capacidade para habitação, que o município devia adquirir
Quanto à habitação - que é um dos maiores problemas não só a nível local, como nacional -, a candidata à Câmara Municipal de Lisboa sublinhou que esta tem que ser uma prioridade, não só com apoios a rendas, como também programas de renda acessível. Defendendo que é preciso "retomar" programas que já estavam pensados para localizações como Benfica, Restelo ou Santa Clara, Alexandra Leitão notou que há vários edifícios na capital que estão a ser libertados com "a mudança do governo e de serviços da Administração Central". E aponta: "Nós identificámos 17 edifícios com capacidade para habitação, que o município devia adquirir."
"Pode-se abrir uma guerra de sucessão interna no PSD"
A socialista acusou ainda o atual presidente da CML, Carlos Moedas, de não ter avançado na corrida à liderança da autarquia por estar à espera de saber como as coisas vão acontecer para o lado de Luís Montenegro.
Notando que Moedas apontou uma decisão para uma possível recandidatura apenas para depois dos resultados das Legislativas antecipadas, que acontecem a 18 de maio, a até agora líder parlamentar do PS explicou: "Isso tem uma leitura. Consoante as coisas corram ao PSD, e concretamente a Luís Montenegro, pode-se abrir uma guerra de sucessão interna no PSD em que Carlos Moedas tenha interesse."
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