A deputada socialista Isabel Moreira criticou, esta quinta-feira, a decisão do Partido Social Democrata (PSD) de incluir o ex-secretário de Estado da Administração Local e do Ordenamento do Território, Hernâni Dias, como cabeça de lista do partido para as eleições legislativas de 18 de maio.
Hernâni Dias, recorde-se, demitiu-se no passado dia 28 de janeiro e foi a primeira baixa do Governo da Aliança Democrática (AD). Na base da sua demissão esteve uma notícia que dava conta que o então secretário de Estado, responsável pelo decreto que altera o Regimento Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, tinha criado duas empresas imobiliárias já enquanto governante.
"A cabeça de Luís Montenegro é supimpa. Não podes ser do governo, mas como se soube o que se soube de mim, vamos normalizar e vais para deputado", referiu a deputada do Partido Socialista (PS) na rede social X.
"Comparando os casos, Hernâni Dias não devia ter-se demitido. Faz sentido, a confissão descarada", atirou.
A cabeça de @LMontenegro_PT é supimpa. Não podes ser do governo, mas como se soube o que se soube de mim, vamos normalizar e vais para deputado. Comparando os casos, HD não devia ter - se demitido. Faz sentido, a confissão descarada. https://t.co/ACGwuSRnXf
— Isabel Moreira (@IsabelLMMoreira) March 27, 2025
Sublinhe-se que a atual crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, - e que entretanto passou apenas para os filhos de ambos - levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.
Depois de mais de duas semanas de notícias - incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva - de duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e do anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito, o primeiro-ministro anunciou a 5 de março a apresentação de uma moção de confiança ao Governo.
O texto foi rejeitado com os votos contra do PS, Chega, BE, PCP, Livre e deputada única do PAN, Inês Sousa Real. A favor estiveram o PSD, CDS-PP e a Iniciativa Liberal.
O chumbo da moção de confiança levou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a dissolver a Assembleia da República e a convocar eleições legislativas para 18 de maio.
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