Num artigo de opinião hoje publicado no jornal Nascer do Sol, António José Seguro, que surgiu nos últimos meses no palco político como provável candidato presidencial, aponta também os cinco objetivos para que o país ultrapasse o que considera ser uma crise de regime.
Na sua opinião, "garantir o regular funcionamento das instituições vai para além do cumprimento formal das regras constitucionais".
"Uma democracia sem diálogo é uma democracia moribunda", considerou, acrescentando que "existem demasiados bloqueios nos processos de diálogo entre órgãos de Estado e entre os atores políticos".
Por isso, António José Seguro considera que "o próximo Presidente da República deve ter como prioridade desbloquear o sistema político e fomentar a cultura de diálogo e de compromisso, entre órgãos de soberania e entre atores políticos".
Capacitar o país, olhar o território português com outra ambição -- a terra e o mar, rejuvenescer a população portuguesa, reduzir as desigualdades e criar uma nova cultura política são os cinco objetivos elencados por António José Seguro para que o país ultrapasse o que considera ser uma crise de regime.
"Tenho insistido que os partidos políticos devem abandonar a política das trincheiras e avançarem para a política dos compromissos. Sem compromissos teremos medidas avulsas quando precisamos de políticas estáveis; teremos governos de turno, quando precisamos de governos de projeto e, pior do que isso, teremos governos a prazo, que colocam o país a prazo", destaca.
Por isso, António José Seguro diz defender compromissos com soluções concretas para os problemas do país e das pessoas.
"Não defendo arranjos de poder que servem, essencialmente, clientelas partidárias e outros. A estabilidade política que preconizo é um meio e não um fim: um meio para mudar e melhorar Portugal. O mesmo digo sobre a necessidade de diálogo democrático entre os atores políticos. Uma democracia sem dialogo é uma democracia moribunda. Existem demasiados bloqueios nos processos de diálogo entre os órgãos do Estado e os atores políticos", refere.
No artigo, destaca também os problemas que resultam de novos contextos internacionais e de uma guerra na Europa, que exige que Portugal faça escolhas claras.
"A nossa segurança e defesa emergem como prioridade. O país deve ter uma posição clara e consensualizada sobre as escolhas estratégicas que a Europa se prepara fazer, designadamente no quadro da defesa e da segurança, do aumento da competitividade, da política comercial, pugnando por um novo quadro de governação europeia eficiente e democrático", indicou.
No artigo, António José Seguro considera que 50 anos após o 25 de Abril de 1974 e apesar do muito que se alcançou e dos progressos, ainda há problemas graves que não foram resolvidos como por exemplo a pobreza.
António José Seguro realça haver problemas estruturais que persistem: o crescimento económico insuficiente com impacto negativo nos salários e pensões bem como no financiamento adequado do estado social e a emigração.
"A recente crise não é só da política. É mais profunda: é uma crise do regime que não gera os recursos económicos suficientes, deixou de olear os elevadores sociais e de cuidar das redes de segurança social, pilares matriciais do nosso contrato social e do nosso progresso", disse.
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