Numa entrevista ao Observador, Joana Amaral Dias, que integra o PTP/Agir, teceu duras críticas a um Passos que manipulou os portugueses e a um Costa que quer ser “um mal menor”.
Para a antiga deputada do Bloco, a sua posição é muito clara: “Combate sem tréguas à corrupção”. “Acho que o que Pedro Passos Coelho fez foi uma manipulação rasteira do povo português através de duas emoções básicas: uma delas, o medo. E outra, a culpa. O que Passos Coelho fez, uma vez eleito, foi culpabilizar os portugueses sistematicamente pela situação em que se encontram, dizendo que nós vivíamos acima das nossas possibilidades, instituindo o medo, dizendo que nós não tínhamos dinheiro para pagar salários”, começa por destacar a cara do partido PTP.
Para Joana Amaral Dias, a sociedade portuguesa é corrupta, pelo que “quem tem dinheiro no bolso sobe muito mais rápido do que quem tem mais educação, mais esforço, mais empenho e mais mérito”.
Mas o alvo não é só Passos Coelho, também António Costa merece palavras muito críticas. É “uma espécie de mal menor” é assim que caracteriza o PS. “O PSD diz 30 minutos, o PS meia hora; o PSD diz meia-dúzia, o PS diz seis; o PSD diz austeridade, o PS diz austeridade inteligente. Se o PS não é capaz de fazer uma política própria, não é capaz de ter um programa seu, uma alternativa e é tudo mais ou menos aquilo que o PSD e CDS dizem mas com umas almofadinhas”, contesta Joana Amaral Dias.
“Para quê votar António Costa? Para quê votar no Partido Socialista”, questionou, acrescentando que é isto que faz com que os portugueses pensem em permanecer com o Governo atual.
Sobre uma possível coligação, garante que nunca “com aqueles que cavaram a nossa sepultura. Os coveiros dos portugueses, o PS, o PSD e o CDS, não são parceiros fiáveis”, concluiu.