"Cavaco pode ir para convento, onde se faz ato de penitência"
Ângelo Correia assume que apoiou Passos Coelho na sua ascensão política. Mas os últimos anos de troika foram de afastamento do ponto de vista político.
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Política Ângelo Correia
Ângelo Correia acredita que “Passos Coelho vai ser o próximo presidente o PSD. Não vai ter oposição. (…) Daqui a dois anos, já não tenho essa certeza”.
A afirmação surge numa longa entrevista publicada esta sexta-feira no jornal i em que o social-democrata fala do atual momento do país e do partido. Sobre Rui Rio, considera que “ele não é um candidato presidencial. Mas é uma pessoa que pode ser líder do PSD”. Mas são sobre Passos Coelho e Cavaco Silva as palavras mais marcantes.
Questionado sobre o modo como Cavaco Silva chega ao fim do seu mandato, responde Ângelo Correia que chega “em condições de poder ir para casa. Para o convento”, acrescentando que o que se faz num convento inclui “atos de arrependimento, de oração, de penitência, de ligação com a potestade divina.
Assumindo que foi dos primeiros apoiantes de Cavaco Silva, Ângelo Correia diz também que se passou a ser crítico do então líder do partido logo a partir de 1990. Além do mais, vê em Cavaco alguém com perfil para primeiro-ministro. Por outro lado, “ele nunca teve perfil de Presidente da República”.
Já sobre Passos Coelho, Ângelo Correia assume que apesar da amizade inicial e do seu apoio a Passos Coelho quando jovem, os últimos anos foram de afastamento, muito pela relação que o PSD teve com o programa da troika, tema que considera merecedor de discussão interna.
“O PSD não pode passar o tempo fingindo que não se passou nada”. Acima de tudo, considera, o partido precisa de esclarecer o seu grau de adesão ao que foi o programa da troika.
Já sobre se Passos Coelho, que liderou o partido nestes anos, será capaz de repensar o PSD, diz Ângelo Correia que “vamos ver. Se não o fizerem, o PSD terá sempre um ónus, uma etiqueta na testa: partido da austeridade”.
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