Em comunicado divulgado hoje, os eurodeputados comunistas criticaram o "diretório de potências da UE", que acena com "chantagens, aproximando-se de uma espécie de 'vingança' contra o povo britânico e lançando sobre ele estigmas que constituem perigos imensos num quadro em que as políticas antissociais e de desrespeito pela soberania dos povos abrem campo ao crescimento da extrema-direita".
Os deputados do PCP distanciaram-se da resolução conjunta aprovada hoje no Parlamento Europeu (PE), em Bruxelas, referindo que o documento "indicia os piores propósitos sobre as opções da maioria do PE" sobre as relações futuras entre a UE com o Reino Unido e "sobre a postura para com aquele povo".
"Esta resolução é para os deputados do PCP ao PE um documento inaceitável demonstrativo das opções dominantes no PE em matérias como o respeito pela democracia e pela soberania dos povos", lê-se.
No texto, os eurodeputados reafirmam que "outra Europa é necessária e é possível", ou seja uma "Europa que rejeite a exploração e a opressão e se baseie na cooperação, na paz, na solidariedade, no respeito mútuo e na defesa da soberania dos povos".
Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido deve sair da UE, depois de o 'Brexit' (nome como ficou conhecida a saída britânica da UE) ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira.
Logo na sexta-feira, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou a sua demissão, com efeitos em outubro, e os líderes da UE defenderam uma saída rápida do Reino Unido.